Fecho dos mercados: Bolsas sobem, juros afundam. Petróleo cai 1%
As bolsas europeias valorizaram, animadas pela perspectiva de novos estímulos monetários por parte do BCE. Lisboa acompanhou a tendência num dia marcado por uma forte descida dos juros da dívida dos países da Zona Euro. Quedas acentuadas registaram também o euro e o petróleo.
Os mercados em números
PSI-20 subiu 0,57% para 5.296,63 pontos
Stoxx 600 subiu 1,38% para 380,84 pontos
S&P 500 valoriza 0,07% para 2.090,66 pontos
"Yield" a 10 anos de Portugal recuou 11,4 pontos base para 2,416%
Euro recua 0,12% para 1,0630 dólares
Petróleo desce 1,07% para 42,41 dólares por barril
Bolsas avançam de olho nos estímulos
Após duas sessões em queda, as bolsas europeias regressaram aos ganhos. O Stoxx 600 somou 1,38%, com os investidores animados pela perspectiva de que o BCE avance com novas medidas de estímulo à Zona euro em Dezembro. Esse optimismo permitiu também à bolsa nacional acompanhar os ganhos, com o PSI-20 a somar 0,57% para 5.296,63 pontos.
Na bolsa nacional, a Galp Energia e o BCP foram as cotadas que mais puxaram pelo índice. A petrolífera liderada por Carlos Gomes da Silva avançou 1,24% para 9,86 euros, apesar da queda do petróleo, já o BCP valorizou 3,40% para 5,17 cêntimos. No restante sector, o BPI desceu 0,45% para 1,103 euros e o Banif ganhou 4,17% para 0,25 cêntimos, isto num dia marcado pela queda dos juros da dívida soberana.
Juros afundam à espera de Draghi
Os juros das obrigações soberanas dos países do euro registaram todos quedas acentuadas em reacção à notícia da Reuters, que avançou com os cenários que estão em cima da mesa para reforçar o programa de compras de activos do BCE. A expectativa em torno de novas medidas teve maior impacto nos títulos dos países da periferia da Zona Euro, especialmente Portugal.
No dia que o IGCP se financiou em 995 milhões com uma taxa de 2,4294%, acima do juro do leilão anterior, a taxa a 10 anos caiu 11,4 pontos base para 2,416%. Ao mesmo tempo, a taxa das "bunds" recuou em 4,6 pontos, para 0,471%, o que permitiu que o prémio de risco da dívida nacional caísse para 194,5 pontos.
Euribor estável a três meses. Sobe a seis
As Euribor inverteram a tendência das últimas sessões, já que se mantiveram a três meses e subiram a seis, nove e 12 meses. A taxa a três meses, em "terreno" negativo desde 21 de Abril, foi fixada em -0,104%, já a Euribor a seis meses, a mais utilizada nos créditos à habitação em Portugal, foi fixada em -0,031%, mais 0,002 pontos percentuais que na sessão anterior. A taxa a 12 meses avançou para 0,060%.
BCE leva euro a mínimos de Abril
A moeda única europeia chegou a negociar na casa dos 1,05 dólares, tocando no valor mais baixo desde Abril depois de Vítor Constâncio, vice-presidente do Banco Central Europeu, ter sublinhado os receios em torno da inflação. "Temos uma taxa de inflação muito baixa e queremos garantir a estabilidade dos preços", disse. O euro, que chegou a 1,0566 dólares, estava a perder 0,12% para 1,0630 dólares.
Mais reservas travam petróleo
O petróleo voltou às quedas depois de ter sido revelado um aumento nas reservas norte-americanas da matéria-prima. A Administração de Informação de Energia dos EUA revelou que os inventários aumentaram em 961 mil barris na semana passada, o que vem aumentar ainda mais os "stocks". Perante estes dados, e mesmo tendo em conta a tensão provocada pelo abate de um avião russo na Turquia, o West Texas Intermediate, em Nova Iorque, caia 1,07% para 42,41 dólares. O Brent, em Londres, perdia 1,3% para 45,52 dólares.
Ouro perto de mínimos de cinco anos
O ouro voltou a perder valor. Depois da ligeira subida na sessão anterior, o metal precioso recuou, aproximando-se da cotação mais baixa em cinco anos, depois de terem sido divulgados indicadores económicos positivos nos EUA que dão ainda mais força à perspectiva de que a Fed aumente a taxa de juro em Dezembro. O metal seguia a recuar 0,3% para os 1.072,42 dólares por onça.
Destaques do dia
Cavaco aceita lista de 17 ministros e 41 secretários de Estado do Governo de António Costa - A lista dos ministros que o líder do PS entregou terça-feira em Belém foi aprovada esta quarta-feira pelo Presidente da República. Veja a lista dos 17 ministros que vão integrar o XXI Governo Constitucional. E também dos 41 secretários de Estado.
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Novas medidas de estímulo do BCE afundam juros da dívida de Portugal - A diminuição do impasse político em Portugal e a expectativa que o BCE vai penalizar os bancos que mais dinheiro depositam no banco central levou o juros da dívida portuguesa a 10 anos para os 2,4%.
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BCE: Privatizações são importantes para garantir sustentabilidade da dívida - Apesar da melhoria dos custos de financiamentos, há países a abrandar os processos de ajustamento, ou mesmo a adiá-los por completo. Algo que colocará em causa a sustentabilidade da dívida, diz o BCE. Receios que os países poderão reduzir recorrendo às privatizações.
Acções da Abengoa afundam 70% após empresa preparar protecção dos credores - A Abengoa iniciou o procedimento para obter protecção dos credores, após a Gonvarri cancelar o acordo para investir 350 milhões na energética. As acções estão a recuar 69% na bolsa de Madrid.
O que vai acontecer amanhã
Feriado nos EUA – Tanto os mercados accionistas como os obrigacionistas norte-americanos estarão encerrados devido ao feriado do Dia de Acção de Graças. O encerramento das bolsas nos EUA deverá condicionar a negociação nos restantes mercados internacionais, sendo de prever uma sessão com menor liquidez do que o habitual.
Resultados em Lisboa – Depois de já quase todas as cotadas da bolsa portuguesa terem apresentado os seus resultados referentes ao terceiro trimestre, chega a vez de serem conhecidos os números trimestrais da Martifer.
Assembleia-geral do Benfica – O Benfica realiza uma assembleia geral de accionistas com vista à aprovação das contas. Nesta reunião magna estará também a votação um ponto que permitirá à administração passar ao lado dos accionistas na gestão da dívida.
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