EDP emite 750 milhões em nova dívida verde com juro de 4,625%

O encaixe financeiro vai ser usado para substituir outros instrumentos de dívida verde subordinada "fixed to reset rate" em circulação, no montante de 750 milhões de euros, que têm opção de reembolso antecipado a partir de maio de 2026.
EDP Miguel Stilwell d’Andrade
Leonor Mateus Ferreira e Inês Santinhos Gonçalves 20 de Maio de 2025 às 19:25

A EDP esteve no mercado para uma nova emissão de dívida, com a qual captou 750 milhões de euros. Trata-se de obrigações verdes subordinadas com um juro que se fixou nos 4,625%. O prazo é a 30 anos, mas a energética tem a opção de reembolso antecipado a partir dos seis anos e meio.

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"A EDP informa que fixou hoje o preço para uma emissão de instrumentos representativos de dívida verde subordinada 'fixed to reset rate' no montante total de 750 milhões de euros, com uma opção de reembolso antecipado pela EDP de 6,5 anos após a data de emissão, data de vencimento em maio de 2055 e uma 'yield' de 4,625% (cupão anual de 4,5%) aplicável até à primeira data de 'reset', isto é, 6,75 anos após a data de emissão", anunciou a empresa em comunicado.

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Os títulos têm uma taxa fixa até 27 de fevereiro de 2032 e, a partir daí, o juro passa a ser variável, a cada cinco anos, caso não haja reembolso. O juro acabou por recuar face ao valor indicativo no arranque da operação. Segundo dados da Bloomberg, o intervalo na abertura dos livros de ordens situava-se entre 5,125% e os 5,25%A descida estará relacionada com a forte procura, já que os livros de ordens superaram os 1,6 mil milhões de euros. Ou seja, 2,1 vezes a oferta.


"O objetivo da emissão das Notes é a substituição dos instrumentos de dívida 'green' subordinada 'fixed to reset rate' em circulação, no montante de 750 milhões de euros, que têm opção de reembolso antecipado ao par a partir de maio de 2026. 
A EDP já tinha contratado cobertura de risco da 'mid swap' a sete anos para montantes a refinanciar em 2025, com um custo de 2,3%. Considerando a mencionada cobertura, a 'yield' implícita das Notes é de 4,56%, aproximadamente", explica a energética liderada por Miguel Stilwell d'Andrade.

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As receitas líquidas desta emissão serão utilizadas para financiar ou refinanciar o portefólio de projetos "Green" elegíveis, tal como definido no "Green Finance Framework" da EDP, sendo que os projetos são "totalmente alinhados com a Taxonomia Europeia".

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O BofA Securities, Caixa - Banco de Investimento, Goldman Sachs Bank Europe SE, HSBC, JP Morgan, Mediobanca, MUFG, Natixis, NatWest e Santander atuaram como "joint lead managers" da operação.

A Moody's atribuiu a estas obrigações uma classificação de longo prazo de Baa3, com um "outlook" estável. A agência indica que o rating poderá ser revisto em alta "caso a empresa avance na sua estratégia e plano de investimentos, ao mesmo tempo que reduz o seu nível de alavancagem".

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Em sentido contrário, pode ser reduzido "caso o perfil financeiro da EDP se deteriore, seja devido a uma degradação do ambiente operacional/regulatório ou do desempenho da empresa, seja porque a geração de fluxos de caixa não acompanhe o ritmo dos investimentos financiados por dívida".

O rating pode ainda baixar se ocorrerem "alterações negativas na estrutura societária da EDP, como um aumento significativo nas participações minoritárias, que possa levar a uma revisão do 'guidance', ou se a subordinação se agravar, enfraquecendo a posição dos credores sénior sem garantia da empresa-mãe".

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