Portugal encaixa mil milhões em emissão com juros mais baixos

Portugal emitiu o montante máximo previsto para este duplo leilão em que os juros baixaram face às últimas emissões comparáveis em ambos os prazos.
cristina casalinho
Miguel Baltazar
Rita Faria 09 de Junho de 2021 às 10:51

O IGCP voltou esta quarta-feira, 9 de junho, ao mercado para uma emissão de dívida a seis e dez anos, com a qual encaixou um total de mil milhões de euros, o limite máximo do intervalo previsto para esta operação.

Na maturidade a seis anos, o instituto que gere a dívida pública emitiu um total de 300 milhões de euros, tendo aceitado pagar um juro de -0,162%. Este valor compara com -0,086%, na última emissão comparável a 10 de março.

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Nesta linha, a procura excedeu a oferta em 4,33 vezes, acima do rácio de 2,57 da operação anterior.

Já no prazo mais longo, o IGCP emitiu um total de 700 milhões de euros, com a taxa de juro a fixar-se em 0,397%, abaixo dos 0,505% da anterior emissão a 12 de maio, em que a yield representou um máximo desde junho de 2020. Neste caso, a procura foi 1,53 vezes superior à oferta, abaixo dos 2,47 da operação realizada no mês passado.

Os juros da dívida soberana portuguesa atingiram, em meados de maio, o valor mais alto em quase um ano, no mercado secundário, acompanhando o agravamento registado na generalidade dos países do euro, devido aos sinais de recuperação da pandemia e de subida da inflação. O agravamento aliviou desde então, com a ajuda dos discursos mais cautelosos dos responsáveis dos bancos centrais.

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"Após uma subida generalizada nas yields da dívida soberana desde o início do ano, e que para já atingiram o seu pico em maio, assistimos nas últimas semanas a uma inversão desta tendência, movimento que também se fez sentir no prémio de risco de Portugal", refere Filipe Silva, diretor de investimentos do Banco Carregosa, numa nota enviada ao Negócios.

O responsável acrescenta que "os discursos mais cautelosos por parte dos responsáveis dos Bancos Centrais, relativamente a um possível abrandamento nos programas de compra de ativos, ou mesmo retirada de estímulos, têm suportado este movimento. Para já, parece existir um consenso de que a inflação a que estamos a assistir é transitória e será preciso existirem mais evidências para se verificarem alterações na política monetária".

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