BCP emite 500 milhões em dívida sénior. Procura duplicou oferta
O banco português foi ao mercado com uma colocação de dívida a seis anos, operação em que a procura registou o dobro da oferta. O cupão fixou-se em 3,125%.
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O BCP emitiu 500 milhões em dívida sénior preferencial, com maturidade a 24 de junho de 2031 e um cupão de 3,125%, numa operação que registou uma procura duas vezes superior à oferta, avançou a Bloomberg esta segunda-feira.
A taxa de juro das obrigações fixou-se em 3,206%, com um preço de emissão de 99,631%, o que representa um prémio de 95 pontos-base face à taxa "midswap" do euro a cinco anos.
O preço inicial da oferta situava-se na área dos 125 pontos-base acima da "taxa midswap" e a procura, indica a agência, situou-se em cerca de mil milhões de euros. As obrigações têm uma opção de reembolso antecipado aos cinco anos. No sexto ano, a taxa de juro resultará da soma da Euribor a 3 meses com um spread de0,95%.
Os "joint lead managers" da operação foram o Banco Comercial Português, Goldman Sachs Bank Europe SE (B&D), IMI - Intesa Sanpaolo, J.P. Morgan SE e Morgan Stanley.
"A colocação da emissão foi feita no mercado internacional e numa base muito diversificada de investidores institucionais, sobretudo, em fundos de investimento, bancos e fundos de pensões", confirmou posteriormente o banco à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Esta foi a primeira emissão de dívida sénior realizada pelo BCP este ano. Em outubro do ano passado, o banco colocou também 500 milhões, a cinco anos, mas com uma taxa de juro de 3,23%, o que representou um prémio de 85 pontos-base face à taxa "midswap" do euro a cinco anos. Na altura, a procura atingiu 1,6 mil milhões de euros, mais do triplo do montante emitido.
A operação surge num momento em que o banco continua a valorizar em bolsa. Na segunda-feira, o BCP liderou os ganhos da sessão, com uma subida de 3,5% para 0,6980, tendo chegado durante a sessão a ultrapassar a marca simbólica dos 0,70 euros, o que não acontecia desde novembro de 2015.
Num momento em que se aproxima a data em que as ações entram em ex-dividendo (18 de junho) e o banco se prepara para pagar 0,03 euros em dividendos por ação (20 de junho), o BCP ficou também a saber na sexta-feira que o rival Novo Banco não vai entrar em bolsa, tendo os norte-americanos da Lone Star optado por uma venda direta aos franceses do BPCE por 6,4 mil milhões de euros.
Texto atualizado às 21:47 com informação enviada à CMVM.
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