S&P sobe "rating" de quatro bancos gregos

A agência de notação financeira elevou a classificação atribuída à dívida de longo prazo do Alpha Bank, Piraeus Bank, National Bank of Greece (NBG) e Eurobank Ergasias. O "outlook" é estável.
Carla Pedro 15 de Maio de 2014 às 02:00

A Standard & Poor’s reviu em alta o "rating" dos quatro maiores bancos gregos. O Alpha Bank, Piraeus Bank, National Bank of Greece e Eurobank Ergasias, todos eles com a notação CCC, passaram a ter uma classificação um nível acima: CCC+.

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A agência justifica a decisão, dizendo que o risco de uma maior deterioração da rentabilidade destes bancos diminuiu, bem como a probabilidade de as autoridades públicas "distorcerem o mercado" ao interferirem mais no sistema financeiro.

 

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Ou seja, apesar de ressalvar que estas instituições financeiras enfrentam ainda grandes riscos económicos, a S&P considera que a economia grega continua a estabilizar e que o perfil de crédito dos bancos melhorou.

 

A S&P sublinha que a qualidade do crédito destes bancos melhorou também devido ao acesso permanente a vias de liquidez providenciadas pelas autoridades europeias, bem como devido aos recentes aumentos de capital.

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O CCC+ é um nível que fica sete níveis abaixo do grau de investimento. Ou seja, tem ainda de subir mais sete degraus até deixar de ser considerada de grau especulativo – o chamado "lixo" ("junk").

 

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No grau especulativo, antes de se chegar à categoria de "default" (incumprimento), existem três outras categorias. O CCC+ recai na terceira categoria, que significa que há ainda um elevado risco de incumprimento e que a capacidade de pagamento depende de condições favoráveis e sustentáveis. Se subir mais um nível, passa para a segunda categoria, em que ainda há risco de crédito e em que a margem de segurança limitada.

 

Apesar de estar ainda em "lixo", esta subida de "rating" dos quatro bancos animou os intervenientes no mercado, bem como os observadores e comentadores. O 24/Wall Street mostra aliás grande surpresa: "Consegue imaginar o sector bancário grego a ver o seu ‘rating’ melhorado por uma agência de notação financeira? Parece impossível de imaginar, se em acompanhado a história como nós. Mas, aparentemente, até as coisas más podem acabar".

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Dos quatro bancos que viram agora a sua notação subir, o NBG está cotado também fora da praça accionista grega, uma vez que é igualmente negociado na Bolsa de Nova Iorque.

 

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Na sessão de quarta-feira, os ADS do NBG fecharam a subir 1,7% para 3,46 dólares no mercado de Nova Iorque, depois de terem chegado a cair mais de 4%.

 

Na negociação fora do mercado regular ("after-hours"), já a reflectir a notícia da Standard & Poor’s (dada após o fecho da bolsa grega), os ADS do National Bank of Greece seguem a valorizar 1,6% para 3,50 dólares.

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Os ADS, ou "American Depositary Share", são títulos negociáveis nas principais bolsas dos EUA representativos de parcelas do capital de empresas estrangeiras, neste caso, fora dos Estados Unidos, conforme refere o "Think Finance". "Permitem assim o investimento em empresas que transaccionam em mercados fora dos EUA e que são muitas vezes de difícil acesso ou cujas bolsas podem estar mesmo bloqueadas a investidores não nacionais desses países". O accionista tem o direito a todos os dividendos conferidos pelo ADS, bem como às mais-valias resultantes da sua negociação.

 

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As principais vantagens de um ADS são a eliminação do risco cambial e de obstáculos legais, as transferências de participações estrangeiras e a necessidade de se negociar numa praça estrangeira.

 

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