
As taxas de juro no mercado estão baixas. Com o esperado corte do preço dinheiro por parte do Banco Central Europeu (BCE), ainda vão descer mais. O normal seria que os juros dos depósitos também caíssem. Mas, por enquanto, os bancos continuam a oferecer prémios elevados pelas suas poupanças, fruto da escassez de liquidez. A incapacidade de obter financiamento nos mercados, levou a banca a centrar atenções nos clientes.
As poupanças dos portugueses estão a ser cada vez mais bem remuneradas. Não é difícil encontrar - através de uma pesquisa nos "sites" dos bancos - taxas anuais nominais brutas (TANB) de 4%, 5% e até 6%. As taxas mais altas são habitualmente o "chamariz" de depósitos de mais curto prazo, que não correspondem à taxa efectiva. Mas já há várias instituições a oferecer verdadeiros "superdepósitos".
Se quiser fazer uma aplicação a 12 meses, conseguirá um juro bruto de 6% no Banco Invest. É, de longe, a taxa mais atractiva para este prazo. Popular e Santander põem o seu dinheiro a render a 4,5% e 4%, respectivamente, considerando valores de investimento até 5.000 euros. Quanto mais dinheiro aplicar, melhores taxas terá.
Quanto maior for o prazo da aplicação, também mais rentável será. Nos últimos anos, os bancos passaram a oferecer depósitos "crescentes", que premeiam a fidelidade do aforrador. As taxas que saltam à vista só estão disponíveis nos últimos anos, mas o juro médio oferecido é, já de si, muito elevado. Ronda os 5%, quer seja uma aplicação a três, quatro ou cinco anos (ver gráficos).
Fazer uma aplicação com um prazo mais longo pode ser o mais aconselhável. Ao fazê-lo, está a garantir já um retorno elevado para o futuro, precavendo-se de uma eventual inversão na política de remuneração dos depósitos por parte das instituições financeiras a operar em Portugal. É que, no longo prazo, esta estratégia da banca não é sustentável.
O Banco de Portugal tem vindo a alertar para o risco em que os bancos incorrem ao oferecerem juros tão elevados. E deverá intervir nas taxas, fazendo baixar os retornos com a implementação de penalizações para o sector, potencialmente nos rácios de capital das instituições. Outro factor que pode reduzir os juros será a reabertura dos mercados de crédito, onde os bancos conseguem mais financiamento por menos dinheiro. Aí, haverá margem para baixar as taxas e aproximá-las das do BCE. Em 2012, o juro de referência deverá estar em 1%.
Benefício fiscal |
Aproveite até ao final do ano para pagar menos pelos juros
O Orçamento do Estado para 2012 vai acabar com os benefícios fiscais em vários produtos de poupança. Entre eles, os que são aplicados aos depósitos de longo prazo. O artigo do Estatuto dos Benefícios Fiscais, que previa uma redução da taxa liberatória para investimentos realizados por prazos superiores a cinco anos, foi revogado. Por isso, se quer constituir uma poupança de mais longo prazo, esta é a última oportunidade que tem para poupar nos impostos. Todo o dinheiro aplicado nestes produtos até ao final do ano manterá a vantagem fiscal. Em vez de 21,5%, como é habitual nestes produtos, os juros para aplicações a cinco anos e um dia, em que não haja distribuição de rendimentos antes deste prazo, são tributados a 17,2%. Há, actualmente, três bancos (BCP, BPI e Santander) que oferecem aplicações deste género. Só o BPI tem um depósito com o prazo mais longo (oito anos e um dia) que lhe permite usufruir do benefício máximo. Neste caso, a taxa de imposto é de apenas 8,6%.
Depósitos têm risco?
Os depósitos a prazo são, regra geral, aplicações sem risco. A única ameaça às suas poupanças vem de uma eventual situação de falência da instituição onde tem o dinheiro aplicado, ainda que, mesmo assim, haja um mecanismo de protecção. Nestas situações, é activado o Fundo de Garantia de Depósitos, para o qual todos os bancos contribuem, que dá a garantia de que, mesmo perante o colapso do banco, será ressarcido do seu investimento num montante até 100 mil euros.
TANB é a sigla mais comum na publicitação dos juros oferecidos nos depósitos a prazo. Significa Taxa Anual Nominal Bruta, e dá ao investidor a taxa a que irá render a aplicação antes de impostos, considerando um prazo de um ano. Nas aplicações de mais longo prazo é comum o uso da expressão TANB média.
Melhores depósitos pagam mais de 5%
Não é difícil encontrar aplicações atractivas. Basta uma pequena pesquisa para ter ao seu dispor depósitos que oferecem juros brutos anuais de 4%, 5% e até 6%. As taxas mais altas são habitualmente o "chamariz" de investimentos de mais curto prazo
Três bancos dão juro de 5%Melhores taxas para um depósito a seis meses
Seis mesesForte concorrência garante taxas elevadas
A concorrência é grande nas aplicações a 180 dias. Quase todos os bancos têm um depósito com um prazo de seis meses e, regra geral, oferecem sempre juros brutos anuais de "encher o olho". As melhores aplicações para este prazo têm taxas entre 4% e 5%. É o caso do Banco Popular, mas também do Banco Invest e até do Montepio, bancos nos quais um investimento de 5.000 euros renderá 98,10 euros líquidos, considerando a taxa liberatória de 21,5%. A rendibilidade líquida é de 1,96%.
Entre os cinco melhores, há três depósitos que põem o seu dinheiro a render a 5%, durante seis meses.

Banco Investe é imbatívelMelhores taxas para um depósito a um ano

Um anoBastam 2.000 euros para ter um juro de 6%
Nas aplicações a um ano, aquilo que os bancos publicitam é o que o cliente vai receber. Ou seja, se lhe dizem que o juro é de 6%, é essa a taxa bruta a que irá render a aplicação. Esta é a remuneração mais elevada que pode obter, actualmente, neste prazo, através de uma aplicação no Banco Invest. E bastam 2.000 euros para ter acesso a este juro. Para valores inferiores, há juros também elevados, como os 4,5% do Banco Popular. No Santander, com menos dinheiro ainda oferecem-lhe uma taxa de 4%.
Banco Invest oferece um juro de 6% aos novos clientes, mediante o investimento de 2.000 euros.
Ronaldo garante juro mais altoMelhores taxas para um depósito a três anos

Três anosCristiano Ronaldo tem olho para a poupança
Quem procura uma aplicação a três anos, deve seguir o conselho de Cristiano Ronaldo. Ou seja, investir no BES. É este o banco que oferece, actualmente, a taxa mais atractiva para aplicações a médio prazo. Os juros chegam a 6,5%, no último ano, mas a taxa bruta média é de 4,83%. Para investir como aquele que é considerado um dos melhores jogadores de futebol do mundo, bastam-lhe 1.000 euros. Com 500 euros, o BIG apresenta um depósito que paga uma taxa de 4,25% ao ano.
Aplicação do BES é a mais atractiva. Depósito de Cristiano Ronaldo paga uma taxa de 4,83%.
BCP tem depósito "special"Melhores taxas para um depósito a quatro anos

Quatro anosMourinho dá-lhe a táctica para um juro de 5%
As aplicações a quatro anos começam agora a ser exploradas pelas instituições financeiras. Para atrair clientes para estes prazos de investimento, os bancos estão a apresentar taxas elevadas. Há três propostas que lhe pagam uma taxa anual média de 5%. A mais recente é a do BCP, que se apoio no mediatismo daquele que é considerado o melhor treinador de futebol a nível mundial. A aplicação "Special One" paga uma taxa de 5%, com um investimento de apenas 1.000 euros.
Três bancos oferecem depósitos com juros de 5%. O do BCP exige o menor investimento.
BIG domina com juro de 5%Melhores taxas para um depósito a cinco anos

Cinco anosQuanto maior o prazo, maior será o retorno
Poupar deve ser uma prática comum. E a lógica é que se pense em poupar numa perspectiva de longo prazo. Nesse sentido, os bancos têm apresentado propostas para investir em prazos cada vez maiores, oferecendo juros bastante atractivos.
A maioria das aplicações oferece retornos acima dos 4%, mas a melhor oferta paga-lhe uma taxa anual bruta de 5%. É este o juro praticado pelo BIG, no qual o investimento de 5.000 euros gerará um retorno líquido de 981,25 euros em cinco anos.
Investir agora numa aplicação de mais longo prazo garante-lhe já juros mais altos. O BIG dá 5%.