Que país querem os portugueses?
Não tenho, nem nunca tive, a pretensão de "fabricar" ideias inovadoras, daquelas que "fazem a diferença", contribuem para o bem comum e nos levam a questionar "como é que ainda ninguém tinha pensado nisto?!".
No país do improviso e do "logo se vê" o melhor contributo para o nosso futuro coletivo é saber definir onde vamos querer estar daqui a 10 anos, o que temos de fazer para alcançar esses objetivos e aquilo que devemos evitar para não voltarmos a ser apanhados desprevenidos.
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De pouco ou nada serve sermos inovadores e modernos, se não formos consistentes com os nossos propósitos.
Queremos ser um país com um nível mais elevado de educação e formação? Então temos de ser mais rigorosos e exigentes nos conteúdos que transmitimos, na avaliação do desempenho, na evolução das carreiras e no acesso às profissões.
Queremos atrair mais e melhor investimento? Então temos de abandonar uma política fiscal errática e desincentivadora do risco, que muda as regras ao sabor dos ventos e mina a confiança dos investidores nacionais e estrangeiros.
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Queremos um Estado justo? Então temos de reformar a administração pública, premiar quem faz bem e penalizar quem não cumpre as suas obrigações e fazer o Estado responder com o mesmo grau de exigência que este impõe aos cidadãos.
Queremos serviços públicos de qualidade? Então temos de saber ser seletivos no respetivo financiamento, privilegiando a qualidade em vez da quantidade e regulando com muito maior transparência.
Queremos ter um país melhor e com mais futuro? Então temos de deixar de gastar mais do que aquilo que produzimos para satisfazer os de hoje, empurrando as sucessivas faturas para os que vêm a seguir.
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Artigo está em conformidade com o novo Acordo Ortográfico
No âmbito do 20º aniversário do Negócios, pedimos um artigo a várias personalidades sobre ideias para o futuro de Portugal.
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