Tema da semana - Uma foice, um martelo e uma caixa de fusíveis
O candidato do PCP a presidente (de todos os portugueses) é um camarada que está na clandestinidade por opção. Não interessa que ninguém no País o conheça desde que seja conhecido dos camaradas. O PCP confunde eleições presidenciais com eleições do partido. Mas, no próprio partido, há camaradas que estão confusos. - Já sabem? O nosso candidato é o camarada Chico Lopes - Boa! Qual deles? o camarada Xico Lopes, que é estivador do porto de Leixões ou o Camarada Chico Lopes que é chefe de forno na Cimpor? - Hum… acho que é o Xico Lopes, aquele que perdeu um olho na guerra da Lisnave, mas vou confirmar com o Chico Lopes do aparelho.
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Conheço melhor a cara de alguns dos mineiros que estão na mina no Chile do que a do candidato do PCP.
Resumindo, o assunto é a candidatura ao lugar ocupado por Cavaco Silva, mas para o PCP parece que estamos a falar de cinema francês - é uma candidatura de autor. Não é para grandes audiências, não é para ser explicada porque os do "meio" compreendem. O voto de um simples como eu não tem interesse. Parem com isso! Até a RTP2 já não é assim.
Se a festa do Avante é para todos porque é que as eleições presidenciais são só para os camaradas do partido? Se convidam o Abrunhosa e o Comité Caviar para actuar no Seixal por que não Odete Santos a Belém?
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Não sou um camarada do partido, sou do povo e posso querer votar num candidato do PCP, e não sei se me chega o Jerónimo vir dizer: "votem neste, não sabem nada dele mas podem votar que eu garanto que é bom." Hum… Não há nada dele no YouTube para se poder ver se vale alguma coisa?
Também pode dar-se o caso de ser uma candidatura que se vai justificar por si. Se o candidato comunista abrir a boca e saírem cravos vermelhos, às centenas, para cima das multidões. Se, de repente, o Chico conseguir levitar sobre as manifestações da CGTP e curar desempregados, temos um Messias, mas desta vez electricista. E só um Messias faz tremer o Cavaco e estraga o resto do dia ao Alegre. Não sendo assim, esta candidatura só faz sentido se ainda não nos contaram tudo e o camarada Chico Lopes é também concorrente do novo Big Brother da TVI .
Vou terminar a crónica com um telecomando na mão, hesitante entre o novo Big Brother e um frente a frente na Sic Notícias entre os candidatos à presidência: Francisco Lopes e Defensor Moura. Depois do debate é fácil imaginar os comentários do Pacheco Pereira e dos especialistas em política , sem sinais de demência, da nossa praça: "Acho que, sem sombra de dúvida, ganhou o debate o que estava do lado direito. O mais baixinho. O que arranjou o quadro quando faltou a luz no estúdio." - Nem pensar, caro colega. Para mim ganhou o das calças de fazenda. O Defesa Mou…o Defeso, ai, o Defensor Moura. É isso! Eu sabia que ele tinha um nome que soa a vinho de mesa em pacote.
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Deixei de ver o "Lost" e o "24". Agora, só tenho olhos para "Os mais poderosos da economia portuguesa 2010". Todos os dias é um suspense de matar canários. Acordo às seis da manhã para comprar o jornal e ver quem é o poderoso do dia (capaz de calhar um vizinho meu com quem tenho problemas no condomínio). Estou viciado no poder… dos outros. Aposto com amigos e inimigos, e perdi uma quinta em Colares porque esperava mais do Balsemão na recta final. Chegou o momento do tudo ou nada. Estive indeciso entre apostar no preto ou no branco, mas acabei por investir todas as minhas kwansas no Ricardo Salgado para mais poderoso de Portugal Continental e ilhas (ficou de fora o Ultramar).
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Porque é que só se fala no desemprego e quase não se ouve falar no flagelo dos recibos verdes? Alguém sabe dizer se depois de quatro anos a passar recibos verdes, a torto e direito, passo a pertencer ao quadro de pessoal da Casa da Moeda? Por mim, o recibo verde já falecia. Ou, no mínimo, mudava de tamanho. Os recibos verdes deviam ser como aqueles cheques gigantes dos concursos das "misses". Ao menos um indivíduo, no fim do mês, chegava a casa e fazia um vistão.
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