Competitividade e produtividade
Competitividade e Produtividade são as duas palavras menos apreciadas por um largo número de portugueses.
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E, no entanto, são fundamentais para a qualidade de vida que todos ambicionamos.
Esta aversão generalizada começa por um conjunto de equívocos ao nível dos conceitos.
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A produtividade é definida pela relação entre o "output" (produção), por unidade de "input" - trabalho, capital, capacidade produtiva, …
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O conceito de competitividade é simples, refere-se à capacidade para vencer a concorrência.
Na teoria dos recursos, esta capacidade resulta da existência de recursos únicos, essencialmente de conhecimento, difíceis de imitar e valorizados pelos clientes.
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Existe uma correlação directa entre a competitividade e a produtividade, embora não seja suficiente uma empresa deter uma elevada produtividade para ser competitiva nos mercados mais exigentes.
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A aversão irracional e o conhecimento reduzido sobre estes conceitos impedem uma discussão serena e aprofundada sobre o modo de fazer evoluir, duma forma consistente e estruturada, a produtividade e a competitividade da economia portuguesa.
A politização ou partidarização destes temas, também não ajuda.
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No caso particular da produtividade, é necessário ter em conta que o seu incremento exige medidas no âmbito do numerador - aumentar o "output" e do denominador - reduzir as unidades de "input".
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No âmbito da competitividade, o incremento dos recursos de conhecimento, engloba todos os processos de inovação e de maior incorporação tecnológica.
Sendo um processo sistémico, é necessário intervir em várias áreas, para que se possa garantir o resultado pretendido, nomeadamente no âmbito do ensino das ciências, tecnologias, engenharia e gestão e da arquitectura de sistemas de inovação empresarial.
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Mas nada substitui o processo de experimentação e de competição internacional.
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A procura de novos mercados, a utilização de novos canais de distribuição, a aprendizagem com a concorrência internacional, são processos essenciais para a consolidação deste programa.
Os mercados internacionais não se compadecem com empresas de pequena dimensão, sem massa crítica para desenvolverem e interiorizarem processos de inovação radical que melhorem o seu posicionamento competitivo.
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O aumento da dimensão das empresas portuguesas, através de processos de fusão, concentração e aquisição, é, pois, uma acção indispensável.
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Que exige a alteração dum outro equívoco nacional -o endeusamento das PME, a quem são atribuídas todas as virtudes e ignoradas todas as suas limitações e insuficiências.
O caminho a trilhar, para o aumento da produtividade e da competitividade da nossa economia, é árduo, difícil, persistente e continuado e exige o esclarecimento de alguns equívocos.
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Mas é o caminho necessário e indispensável para o nosso crescimento e, por essa via, para a melhoria da nossa qualidade de vida.
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Gestor de Empresas
Artigo em conformidade com o antigo Acordo Ortográfico
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