Celso Filipe cfilipe@negocios.pt 30 de Junho de 2022 às 11:35

O fim de Pedro Nuno Santos escrito por António Costa

A solução aeroportuária para Lisboa continua a arrastar-se em nome de uma unanimidade impossível de obter.

Pedro Nuno Santos ainda não se demitiu nem foi demitido pelo primeiro-ministro a estas horas (11h35), mas na realidade deixou de ser ministro das Infraestruturas e Habitação a partir do momento em que António Costa revogou o seu despacho sobre a solução aeroportuária para Lisboa que recuperava a solução Alcochete.

Pedro Nuno Santos já tinha contra si a oposição, os ambientalistas e outros lóbis. António Costa juntou-se a esta frente desautorizando o ministro e dando força ao PSD e ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

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Naturalmente, falta saber se Pedro Nuno Santos informou António Costa do despacho que conduziu a este insólito desfecho e isso faz toda a diferença, num assunto como o do novo aeroporto de Lisboa, relativamente ao qual 99,9% dos portugueses têm opinião e que por isso teima em não sair do papel há mais de cinco décadas.

Faz diferença saber se Pedro Nuno Santos estava apoiado pelo primeiro-ministro ou o desafiou. 

Este caso mostra ainda que a estrutura criada pelo primeiro-ministro para dirigir a comunicação do Governo não funcionou. Ou não tem poder efetivo o que é igualmente mau.

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De todo o modo existem, desde já, duas certezas: 1) Pedro Nuno Santos esfumou-se enquanto ministro e vai liderar a oposição interna do PS a António Costa; 2) A solução aeroportuária para Lisboa vai continuar a arrastar-se porque os que têm capacidade para decidir querem alcançar uma unanimidade impossível.

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