A derrocada irreversível (?) de Trump
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A Time Magazine, numa capa tão certeira que ameaça virar histórica, titula mesmo a sua última edição com uma expressão: "Meltdown." Será?
Alex Altman, um dos autores do artigo, analisa as últimas semanas e conclui: "Desde a convenção de Cleveland, Trump praticamente não fez nada certo segundo os padrões tradicionais." Criou inimigos dentro do partido, recusando-se a apoiar alguns dirigentes de topo; insultou os pais de um soldado morto; incomodou o puritanismo republicano com as fotos provocantes da sua esposa; expulsou um bebé de um comício; incentivou o uso da violência contra Hillary Clinton. E se, até aqui, os disparates de Trump pareciam fortalecê-lo, agora há dois factos novos: boa parte do seu partido está a revoltar-se publicamente; e as sondagens mostram uma queda.
Thomas B. Edsall, no New York Times, vai mais fundo na sua análise: "Estará Trump a dar cabo de dois partidos?" E explica: os números de Trump são terríveis entre os cidadãos com maior rendimento e escolaridade, campo disputado habitualmente pelos republicanos. Mas também os democratas estão a mudar, porque não estão a conseguir captar os trabalhadores mais mal pagos, que aderem ao campo Trump.
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Já a CNN foca um ponto curioso: será que, juridicamente, os comentários de Trump sobre Clinton são ilegais, no sentido em que incentivam directamente um ataque à candidata? Na opinião do especialista Danny Cevallos não, porque a forma relativamente vaga da frase acaba por protegê-lo. "Não é uma boa ideia os candidatos presidenciais falarem assim. Mas provavelmente não será um discurso com carácter criminal", conclui. A liberdade de expressão, aqui, é mais forte.
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