Na era dos algoritmos, multiplicam-se os despedimentos no setor tecnológico e em serviços como “call centers”. A aposta na inteligência artificial cresce em paralelo ao corte de postos de trabalho. Microsoft, Intel, Amazon e Alphabet somaram milhares de saídas num setor que já dispensou mais de 240 mil pessoas em 2025. Esta é a face visível de uma das dimensões da transformação do mundo laboral. Há um lado mais silencioso: o chamado FOBO (Fear of Becoming Obsolete), ou o medo de se tornar obsoleto, neste caso, no trabalho. A IA está a reforçar essa insegurança e a redefinir o que significa “ser relevante” numa empresa — a dúvida já não é apenas “Será que vou perder o emprego?”, mas também “Ainda sou necessário?” ou “Continuarei a ser reconhecido?”. A sigla de quatro letras usada como “buzzword” sintetiza o receio de perder a própria identidade profissional.