Miguel Seabra: A ambição seca tudo à volta
Pedro Páramo ama uma mulher e repete-lhe o nome. Pedro Páramo, senhor de propriedade a perder de vista, não conhece o nome de quase mais ninguém à volta. Em Pedro Páramo, a mais recente peça do Teatro Meridional, adaptação do romance do mexicano Juan Rulfo, percursor do realismo mágico latino-americano, os mortos falam do desconsolo das contradições humanas e ainda da invisibilidade dos vivos.
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"Essa gente não existe", diz Pedro Páramo. É uma peça sobre hoje mesmo e as pessoas que se medem em números, custos, cortes. Estreou no programa Próximo Futuro, da Gulbenkian, e está em cena até 12 de Outubro. Miguel Seabra fundou o Meridional há 22 anos para fazer um teatro despojado, um teatro de histórias, de personagens, enfim, de actores. É encenador e professor mas acima de tudo é sempre um actor. Vive de acreditar que se pode subir ao palco e, a cada repetição, dar tudo aos espectadores como se fosse a primeira vez.
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