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Abstracção e sopa na mesa

O dinheiro, como Deus, é uma maravilhosa convenção humana. E assume, como Deus, prodigiosas formas. Já foi conchinha, já foi boi, sal, colares, braceletes e anéis, cigarros nas prisões, nesses tempos em que os banqueiros ainda lá não pernoitavam em amenas sabáticas.

02 de Fevereiro de 2020 às 10:00
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O dinheiro é uma abstracção. Mas ao contrário das outras abstracções, o dinheiro dá um jeito do caraças. Mesmo a Karl Marx, que o desprezava. Marx fincou a boquinha fetichista noutra abstracção, a mais-valia, bem mais ao gosto e medida de um filósofo alemão com reputação revolucionária, mas na hora da sopa na mesa deixou de escrever para o New York Tribune porque nem trinta dinheiros lhe pagavam: sem aumento secou-se a prosa. Abstracção por abstracção, antes servir-se da contábil e graciosa abstracção que o seu amigo Friedrich Engels retirava das fábricas do pai, um grande industrial têxtil e lhe pagava as contas.

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