Adolfo Luxúria Canibal: Como é que se responde à violência?
"Ultrapassado o limite do ultraje, toda a violência é legítima autodefesa", diz a última faixa do novo álbum dos Mão Morta, "Pelo Meu Relógio são Horas de Matar". Adolfo Luxúria Canibal rejeita a tese de que os portugueses são um "povo de brandos costumes" e lança um adjectivo menos suave: "facínoras".
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O 10º álbum de originais dos Mão Morta, "Pelo meu Relógio São Horas de Matar", queria ser um agitador de consciências para uma sociedade que vive atomizada pelo "Medo". Medo ser maltratada, medo de perder o trabalho, medo de falar. Para já, conseguiu acender uma polémica intensa nas redes sociais (palco de todas as batalhas actuais). Motivo: Adolfo Luxúria Canibal aparece no videoclip de "Horas de Matar" de arma em punho e a disparar contra um banqueiro numa dependência do BPN, um padre e uma advogada à saída do Campus da Justiça. Há sangue, muito sangue. E personagens, muitas personagens. Todas reais: José Sócrates, Passos Coelho, Cavaco Silva, Wolfgang Schäuble e Paulo Portas. A discussão sobre os limites da criação artística, sobre a incitação à violência ou sobre a mera estética poética está ao rubro. Esta entrevista foi realizada antes de ser conhecido este vídeo, mas já na altura o líder da banda bracarense afirmava: "A violência de proletarizar a classe média e de a levar ao suicídio está instalada. A única coisa que falta é a resposta e a autodefesa a esta violência".
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