Crónica de uma marca arruinada
Em 2014, a marca BES era uma das mais valiosas do país, avaliada em 570 milhões de euros. Mas, em poucos meses, a reputação do banco caiu por terra, arrastando consigo as empresas da família. O nome Espírito Santo tornou-se tóxico. O BES é agora Novo Banco e quem comprou os negócios do grupo apressou-se a mudar as marcas. A próxima a "morrer" será a Espírito Santo Saúde. Vai passar a chamar-se Luz Saúde.
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"Quem sabe, sabe. E o BES sabe". Lembra-se da frase? Passou vezes sem conta na rádio e na televisão. O BES foi uma das marcas que mais investiram em publicidade e marketing em Portugal nos últimos anos. Em 2014, a Brand Finance, empresa de estudos de mercado, colocava o Banco Espírito Santo em quinto lugar na lista das marcas mais valiosas do país. No "ranking" "Top 30 Most Valuable Portuguese Brands 2014", atribuiu-lhe um valor de 649 milhões de dólares (cerca de 570 milhões de euros), mais do dobro do que valia em 2011, e avaliou-a com um "rating" de AAA-. O banco da família Espírito Santo teve ainda direito à 197.ª posição na lista das 500 melhores marcas do mundo do sector da banca. Com tal reputação e um valor de mercado relevante, não havia razões para os investidores suspeitarem que alguma coisa estava mal. Foi com esta imagem que o banco lançou o aumento de capital em Maio do ano passado. O BES emitiu novas acções num aumento de capital de 1045 milhões de euros e a procura superou a oferta. Pouco tempo depois, vieram as más notícias. O gigante tinha pés de barro. Todo um império começou a ruir.
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