Há um enlouquecimento colectivo no sistema político
A situação está degradada politicamente. Política e comunicação social misturam-se, alimentando uma espécie de delírio e loucura colectiva. O capital financeiro asfixia tudo à volta, restando a rua como espaço de liberdade, diz António Pinho Vargas. Quanto ao futuro, não há certezas. Apenas angústias.
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Não é só um piano que serve para exprimir as angústias de quem diz não acreditar em nenhuma metanarrativa. António Pinho Vargas é multi-instrumentalista de conceitos. Faz uso de uma extensa bagagem teórica para analisar os locais de centralidade da produção musical: “com o poder da França e da Alemanha como fortes reguladores da vida musical europeia, havendo um conjunto de periferias basicamente não existentes”. Foi, aliás, esse o tema da sua tese de doutoramento. Boaventura de Sousa Santos, Pierre Bourdieu, Michel Foucault e Immanuel Wallerstein são algumas das suas muitas referências. O compositor enuncia como se deu a emergência de alguns discursos dominantes e de hegemonias na cultura. Aqui, pedimos-lhe para olhar com esses óculos para a nossa política e para a nossa economia.
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