Henrique Vieira Ribeiro: “Idealmente, a arte deve ser feita sem qualquer objetivo”
“Durante muitos anos, fui pintor de fim de semana, mas cheguei a um ponto em que percebi que estava a desperdiçar o meu tempo, e o tempo é tão valioso: o bilhete é só um, não se renova”, diz Henrique Vieira Ribeiro, autor de uma instalação que está no MNAC até 15 de setembro, e que nos faz pensar sobre a utilidade ou inutilidade de acumularmos, organizarmos, deixarmos um arquivo.
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Durante cinco anos, Henrique Vieira Ribeiro apropriou-se de uma coleção de um familiar que era radioamador. Descobriu que as pessoas podiam passar milhares de horas das suas vidas sem um objetivo muito claro. Que talvez passar o tempo seja em si um objetivo. Vieira Ribeiro trabalhou este material para uma instalação, que está no Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado (MNAC) até 15 de setembro, e que nos faz pensar sobre a utilidade ou a inutilidade de acumularmos, organizarmos, deixarmos um arquivo. Mas também sobre a beleza que acontece quando olhamos para objetos simples que estiveram nas mãos de pessoas que não tinham neles interesse estético. Henrique Vieira Ribeiro começou a trabalhar como artista há 10 anos. Mas ele, que trabalhou numa profissão muitos anos, e que demora muito tempo a desenvolver os seus projetos, não gosta do termo "trabalhar" aplicado à arte.
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