João Moreira Salles: Existem vitórias medíocres e derrotas deslumbrantes
O novo filme do documentarista brasileiro João Moreira Salles chama-se “No Intenso Agora” e está em exibição no Cinema Ideal, em Lisboa. É um filme que olha para imagens de arquivo do Maio de 68 e de outros eventos que abalaram o mundo naquela época.
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Como há aquele tipo de escritor muito amado por outros escritores, talvez João Moreira Salles seja o tipo de cineasta muito amado por outros cineastas, ou, dito de outra maneira, por pessoas que amam a imagem. Há um carinho, no trabalho de Moreira Salles, em relação às imagens, ao gesto por trás delas, aos múltiplos significados que trazem, à forma infinita que parecem adquirir. "No Intenso Agora", em exibição no Cinema Ideal, em Lisboa, é o seu filme mais recente, quase 10 anos depois do anterior. É um filme que olha para imagens de arquivo, do Maio de 68 e de outros eventos que abalaram o mundo naquela época. É um filme no qual se tocam o pessoal e o político. É um filme nostálgico e que, ao mesmo tempo, adverte contra a nostalgia. E é um filme feito por um brasileiro, alguém de um país periférico, a resgatar o seu direito a olhar para o centro.
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