Maurício é tal e qual como se lembram dele os fãs da "Turma da Mónica". Os fãs que, nos anos 80, devoravam os seus livros de quadradinhos onde, às vezes, o desenhador tomava a forma de personagem, desenhando-se a si próprio, para depois se dirigir aos seus leitores. Numa dessas revistas, publicada por cá em 1988, deixou um conselho a quem o lia: "Leve a Mónica para o século XXI". E explicava como, assim mesmo, em português do Brasil: "Experimente, depois que ler esta revista, guardá-la direitinho num envelope, dentro de um saquinho plástico, longe da luz e humidade. Abra o envelope daqui a 20 anos ou mais e dê para uma criança ler. Você vai descobrir, encantado, que o riso, a alegria da criança do futuro, tem o mesmo som, a mesma beleza da sua alegria de hoje". A revista foi publicada, uma entre muitas centenas, e Maurício não voltou a pensar nela até que, numa recente visita a Lisboa, lhe foi parar às mãos.