Há uma mulher pequena no palco, os grandes olhos azuis postos no computador, o cabelo entrançado a dar-lhe uma pinta vaga de extraterrestre. A voz completa o quadro: ela canta, mas nunca a ouvimos verdadeiramente porque aquela voz é plasticina, instrumento emocional para ser filtrado e refiltrado por maquinaria até se tornar outra coisa, que se embrulha numa música 100% digital, 100% sintética, 100% coração. Atrás dela, vídeos mostram pessoas e objectos do dia-a-dia a pairar no ar até serem clicados e empurrados - uma fantasia digital entre as possibilidades do mundo virtual e as contingências do quotidiano. A espaços, uma janela num ambiente de trabalho Macintosh convida o público a enviar mensagens, que são exibidas no ecrã.