Este ano, a Ageas Seguros, marca do Grupo Ageas Portugal, mantém os olhos postos no futuro e debate os desafios e oportunidades de uma nova realidade económica. Ao longo da conversa, moderada por Camilo Lourenço, ficámos a conhecer em detalhe, e de que forma, os vários setores estão a ser afetados pelo contexto macroeconómico atual, quais as oportunidades que têm pela frente e como se estão a adaptar aos novos desafios. O Teatro Micaelense, em Ponta Delgada, nos Açores, foi o palco da nova edição do Fórum Ordens Profissionais, organizado pela Ageas Seguros.
Depois das quatro edições em território continental, a 5.ª edição da conferência rumou à Ilha de São Miguel, e contou com a parceria da Ordem dos Economistas e da Ordem dos Engenheiros, trazendo a palco um animado debate dividido em duas mesas redondas, sobre os desafios da sustentabilidade e do negócio na Região Autónoma dos Açores.
Criar valor é imperativo
A partir do tema "Perspetivas e impactos económicos atuais e futuros", a primeira mesa-redonda contou com a participação de António Mendonça, bastonário da Ordem dos Economistas, Berta Cabral, secretária regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas do Governo Regional dos Açores, Teresa Soares Costa, presidente do Conselho Diretivo da Região Açores da Ordem dos Engenheiros, e Vanda Antunes, membro da Comissão Executiva do Grupo Ageas Portugal.
Numa altura em que o conceito de sustentabilidade vai muito além da simples ideia de reciclar embalagens, António Mendonça considera que "a criação de valor deverá ser uma ideia associada ao negócio neste campo". Significa "garantir que a economia produz, cresce e consegue levar, efetivamente, mais valor às pessoas de uma maneira geral. Uma estratégia importante a todo o momento, mas mais ainda "no período que estamos a atravessar, moldado por uma forte crise económica", sublinhou o bastonário dos Economistas.
António Mendonça lembrou mesmo as palavras de Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, quando afirmou que "o mundo é composto de mudança e temos de saber organizar a sustentabilidade e outros aspetos do negócio para garantir que continuamos a produzir e a existir".
Uma outra variável importante desta equação é "o tempo", numa altura em que, "do ponto de vista macroeconómico, as perspetivas mudaram muito, com sinais negativos vindos de várias economias a nível mundial". De resto, António Mendonça considera mesmo que "o cenário em 2023 vai piorar ainda mais, complicando estratégias em matéria de sustentabilidade, um facto para o qual as empresas devem estar preparadas". Nesse sentido, o bastonário dos economistas defende uma abordagem da sustentabilidade "nas suas múltiplas vertentes, fomentando uma maior articulação entre todos os stakeholders e uma menor fragmentação".
Açores: um "caso único de estudo"
Também nesse sentido, importa perceber quais os grandes desafios que a Região Autónoma dos Açores poderá enfrentar nos próprios cinco a dez anos. A secretária regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas do Governo Regional, Berta Cabral, falou em três vertentes distintas: "ambiental, económica e social." De resto, os Açores "são um caso único de estudo que vem provar a possibilidade de criar valor com sustentabilidade". Berta Cabral recorda que o arquipélago foi "o destino que mais cresceu depois da pandemia, sempre com a marca da sustentabilidade como pano de fundo". Na verdade, o turismo tem permitido "um forte crescimento da ilha em termos do seu PIB e criação de emprego nos Açores pós-pandemia".
Para alguns destes bons resultados, muito tem contribuído também o trabalho dos engenheiros, de uma maneira geral. Teresa Soares Costa, presidente do Conselho Diretivo da Região Açores da Ordem dos Engenheiros, explica que "tendo em conta as especificidades próprias da região – nove ilhas dispersas entre si – as dificuldades são acrescidas, mas também os desafios" o que tem implicações diretas no trabalho destes profissionais. Até porque, como referiu, "cada ilha é, em si, um produtor de energia".
Considerado um dos pilares estratégicos da Ageas Seguros, a sustentabilidade "permite olhar para o dia a dia de forma diferente e criar valor ao negócio", considera Vanda Antunes. Não por acaso, este é "um tema crítico e que está mesmo no topo da agenda da Comissão Executiva do Grupo Ageas Portugal".