Ginástica no local de trabalho, deixar de utilizar empilhadoras e eliminar as paletes: escolhas aparentemente simples, que fizeram toda a diferença na atividade da GoFoam – Indústria e Transformação Espuma, Lda. –, a grande vencedora da 5.ª edição do Prémio Inovação em Prevenção Ageas Seguros.
De acordo com a empresa, a implementação da ginástica, com circuitos e atividades específicas e adaptadas, veio “minimizar os problemas musculoesqueléticos” e o facto de terem deixado de utilizar empilhadoras e paletes no processo produtivo “eliminou por completo determinados acidentes de trabalho”.
Além disso, a GoFoam implementou o “circuito Mizu”, através do qual identifica outro tipo de acidentes existentes, e os “Gemba Walks”, que se realizam duas vezes por semana, de forma alternada, em que, numa semana, identificam “os riscos” e, na semana seguinte, “os comportamentos”, envolvendo toda a equipa numa perspetiva de “melhoria contínua e diária para evitar e eliminar os acidentes de trabalho”.
Além de ter arrecadado o grande Prémio Inovação em Prevenção a nível nacional, a GoFoam também venceu na categoria “Pessoas”, destacando-se entre as finalistas Armando Ferreira da Silva e Filhos, Lda., Doutor Finanças Unipessoal, Lda. e Porcelanas da Costa Verde, S.A.
Diana Aquino, administradora da GoFoam, mostrou-se naturalmente “satisfeita com estes dois prémios”, porque foram “o cúmulo do trabalho e de uma história que a empresa tem há bastantes anos com a segurança e a prevenção”.
A GoFoam já não é uma estreante nestas lides: é a segunda vez que ganha um Prémio Inovação em Prevenção atribuído pela Ageas Seguros. A primeira vez foi na categoria “Património” e, na opinião da administradora, já foi “um catalisador”. Desta vez, “este reconhecimento é mais uma motivação para continuar e melhorar ainda mais todos estes fatores” na atividade da empresa.
Segundo José Gomes, membro da Comissão Executiva do Grupo Ageas Portugal, esta edição do Prémio Inovação em Prevenção (PIP) recebeu “candidaturas fantásticas” e até “mais desafiantes e fortes do que no ano passado”. Por isso, assegura: “A decisão para escolher os vencedores foi mesmo muito complicada. Esteve renhida nas várias categorias até à última hora, e isso revela, de facto, a qualidade das candidaturas.”
Os vencedores desta 5.ª edição abrem portas à inovação em prevenção
Na categoria “Ambiente”, a grande vencedora foi a Herdade da Malhadinha Nova, uma empresa familiar, situada em Albernoa, no concelho de Beja, iniciada em 1998 pela família Soares. Segundo Nuno Francisco, administrador da Herdade, “toda a propriedade passou de um estado de total abandono para um empreendimento multifacetado, com áreas como a agricultura biológica, o enoturismo, a hospitalidade, experiências únicas e sustentabilidade”. Neste âmbito, destacam-se “as boas práticas agrícolas regenerativas, através da fertilização dos solos, com a utilização do estrume das vacas, assim como o pastoreio das ovelhas merino e branca nas entrelinhas da vinha; a introdução do hotel de insetos, como forma de atrair maior biodiversidade para as vinhas; e a forte aposta nas energias renováveis e na produção de energia fotovoltaica”. Além disso, nos 745 hectares da Herdade contam com cinco barragens, que “têm como função principal a captação das águas pluviais” e “através das estações meteorológicas e do sistema de rega gota a gota” conseguem “tirar o máximo de eficiência e proveito na monitorização da água e no seu uso eficiente”. Em termos de gestão de resíduos, na Herdade da Malhadinha Nova adotaram a “política dos 3R”, com “várias estações ao longo da propriedade para o correto encaminhamento dos mesmos”, além da compostagem, “abastecida pelos lixos orgânicos do restaurante e das unidades, que depois são novamente encaminhados para as hortas e para os pomares”.
Nuno Francisco, administrador da Herdade, assegura que “a sustentabilidade de todos os projetos de uma forma transversal e a própria pegada ecológica que as empresas produzem” sempre foi um “propósito”. Por isso, “quando esse propósito, esse objetivo, é reconhecido por outras entidades” ficam “muito agradados e reconhecidos”, afirmou, no momento de receber o prémio. A menção honrosa na categoria “Ambiente” foi para a Addvolt, com o projeto Powerpack, que ajuda os clientes “tipicamente empresas de transporte e operadores logísticos” a fazer a transição energética, de forma que seja “economicamente viável e sustentavelmente viável em termos ambientais”. Segundo a Addvolt, através deste projeto, “o cliente facilmente consegue atingir uma poupança em termos de emissões de CO2 na ordem das 14 a 23 toneladas por ano por viatura”. As restantes empresas finalistas nesta categoria foram A. Ferreira & Pereira, Lda. e Twintex, Indústria de Confecções, S.A.
Já na categoria “Património”, a vencedora foi a Ilhaplast – Sociedade Transformadora de Plásticos. O projeto que está na base da candidatura “vem de uma análise de risco do setor farmacêutico e das normativas” que é necessário cumprir. De acordo com Jorge Jesus, CEO da Ilhaplast, “em função dessas análises de risco”, a empresa tem vindo a implementar “uma série de sistemas de segurança, a nível de sistemas de incêndio” e o resultado foi não só “manter os clientes”, que “têm aumentado a faturação” com a Ilhaplast, como a conquista de “clientes novos”. No que diz respeito à distinção, assegura que a empresa não faz as coisas “com o objetivo de obter prémios”, mas se forem reconhecidos, “é sempre bom”, especialmente no que diz respeito a “boas práticas”. No momento de receber o prémio, deixou a nota de que “a prevenção é a melhor forma de nos protegermos”.
Na categoria “Património”, o júri também decidiu atribuir uma menção honrosa à Cartonagem São Tiago. De acordo com o administrador da empresa, Rui Pedro Carvalho, o projeto assentou em três pilares. “No primeiro driver, tivemos em conta o nosso layout produtivo: criar fluxos definidos produtivos que sejam mais eficientes, no fundo para ter em conta as novas características dos produtos que desenvolvemos. O segundo driver é a segurança e o bem-estar. Tivemos em mente criar um ambiente de trabalho que fosse seguro, que tivesse preocupações ergonómicas e tivemos também a preocupação de criar espaços em que os nossos funcionários pudessem desenvolver atividades lúdicas, agradáveis, para mitigar alguns riscos que decorrem da atividade profissional. O terceiro driver é a sustentabilidade. Primeiro, em termos de reutilização de recursos hídricos. Depois, recuperação de resíduos e valorização. E também tivemos em conta equipamentos que substituímos para que fossem mais sustentáveis. Na empresa, estamos a fazer uma reformulação da nossa frota, passar tudo o que seja possível para elétrico e o que não for possível para menores consumos de combustíveis”, explicou. Durante o discurso de agradecimento pela menção honrosa, o CEO da empresa sublinhou ainda que “o património é o início de tudo”: “São as bases para que possamos ter o processo de sustentabilidade e a recolha de resíduos para os valorizar e criar economia circular.” A Roypasa, Lda. foi também finalista na categoria “Património”.
Mais de 150 candidaturas de todo o país nesta edição
A 5.ª edição do Prémio Inovação em Prevenção Ageas Seguros recebeu 154 candidaturas: 45% na categoria “Ambiente” (69 candidaturas), 43% na categoria “Pessoas” (67 candidaturas) e 12% em “Património” (18 candidaturas). Do total, 134 cumpriram os critérios de elegibilidade: empresas do setor privado, com 10 ou mais colaboradores e um volume de negócios entre os 5 e os 50 milhões de euros.
A maioria das candidaturas veio de Lisboa (37), seguindo-se Porto (30), Braga (21), Aveiro (16) e Leiria (14). No entanto, houve uma dispersão geográfica relativamente homogénea, com apenas Vila Real, Bragança, Portalegre e Madeira sem candidaturas. No que diz respeito aos setores, cerca de 60% das candidaturas vieram de indústrias transformadoras, 37% de comércio por grosso e retalho e reparação de veículos automóveis e motociclos. Estas empresas têm, em média, 110 colaboradores e um volume de negócios de 17,5 milhões de euros. Além disso, as empresas vencedoras tiveram, segundo dados do Grupo Ageas Portugal e do ISQ, “um crescimento, em termos de receitas, de 13%”.
Para Gustavo Barreto, membro da Comissão Executiva do Grupo Ageas Portugal, “foi mais uma edição de sucesso, com mais de 150 candidaturas, e com um crescente entusiasmo por parte das empresas, a perceberem cada vez mais a importância e a relevância deste prémio, que, no fundo, permite, por um lado, partilharem aquilo que são as boas práticas de gestão do risco e prevenção, e por outro lado, fazerem com que as suas próprias empresas, os seus colaboradores e todo o seu ecossistema venha também a reconhecer essas suas práticas”.
As vencedoras das três categorias do Prémio Inovação em Prevenção Ageas Seguros receberam um selo e troféu prestígio do Prémio, uma análise PAR – Prevenção e Análise de Risco Ageas Seguros; um diagnóstico Ageas Repara; espaço de comunicação e publicidade; participação em eventos; vídeo do projeto e empresa; formação atribuída pelo ISQ – Ambiente e Sustentabilidade; vagas garantidas na Academia PME do IAPMEI e inscrição na Rede Enterprise Europe Network.