O setor do transporte rodoviário português enfrenta desafios estruturais significativos, como sejam o envelhecimento da frota, a fragmentação empresarial e a pressão crescente para reduzir emissões. A MAN Truck & Bus Portugal diz-se preparada para estes desafios, combinando inovação tecnológica, eletrificação e soluções digitais que transformam a gestão de frotas e permitem operações mais sustentáveis.

Para Luís Lemos, diretor comercial de Camiões e Comerciais Ligeiros da MAN Portugal, “a eletrificação já é uma realidade na MAN, com os novos eTrucks preparados para operações de curta, média e longa distância”, explica o responsável.

Nos próximos meses, será também apresentado o Lion’s Coach E, “o primeiro autocarro de turismo totalmente elétrico da marca”, reforçando a sua visão de mobilidade sustentável em todos os segmentos. Paralelamente à inovação nos veículos, a MAN aposta na formação de motoristas, através do programa MAN ProfiDrive, para garantir utilização eficiente e segura da nova tecnologia.

Apesar da eletrificação por bateria ser apontada como a tecnologia dominante na próxima década, a MAN reconhece o papel do hidrogénio em missões de longo curso e operações específicas. Luís Lemos sublinha que a estratégia passa por desenvolver soluções complementares, capazes de responder a diferentes perfis de transporte, combinando eficiência e sustentabilidade.

Facilitar a transição para frotas limpas

O custo de transição continua a ser um desafio, especialmente para PME, que dominam o setor em Portugal. A MAN tem desenvolvido modelos de leasing, renting e pacotes de serviços integrados, além de soluções personalizadas de TCO (Total Cost of Ownership), para que cada cliente compreenda desde o primeiro dia como tornar a frota mais sustentável sem comprometer a rentabilidade. Para empresas de menor dimensão, a oferta inclui manutenção, formação e consultoria operacional, permitindo a adoção gradual de tecnologias avançadas.

De acordo com Luís Lemos, os atuais incentivos fiscais e apoios públicos em Portugal são positivos, mas insuficientes para acelerar a renovação das frotas pesadas. A MAN defende um quadro de apoio mais robusto e estável, que inclua não só uma rede sólida de carregamento de alta potência em corredores logísticos e terminais portuários, mas também apoios financeiros estáveis baseados no custo total de operação e deduções fiscais para empresas que comprovem redução de emissões, programas de formação especializados para motoristas e oficinas, e apoio a projetos-piloto de hidrogénio e fuel-cell para rotas de longo curso e transfronteiriças.

“Portugal precisa de mais infraestruturas, incentivos específicos para pesados e maior coordenação entre os vários intervenientes. Com políticas claras, estabilidade regulatória e investimento contínuo, o país pode afirmar-se como uma plataforma logística competitiva no contexto europeu”, destaca o diretor comercial.

Integração intermodal, digitalização e eficiência

A marca vê a integração intermodal como uma oportunidade de aumentar a eficiência logística e reduzir emissões. Os veículos MAN, aliados às soluções digitais, permitem planear e sincronizar operações entre porto, ferrovia e rodovia, garantindo previsibilidade, controlo e eficiência em toda a cadeia logística.

A transformação digital é apontada como uma peça central na gestão moderna de frotas. A MAN disponibiliza soluções conectadas através da plataforma MAN DigitalServices, integrada na RIO, permitindo aos operadores acompanhar em tempo real o desempenho da frota, otimizar rotas, reduzir consumo energético e planear carregamentos e manutenção preventiva. Esta abordagem aplica-se a toda a frota, sejam veículos diesel, gás ou elétricos, e traduz-se em maior disponibilidade operacional, custos controlados e gestão mais eficiente.

O setor português de transportes é, segundo Luís Lemos, profissional e resiliente, com forte presença de PME que asseguram a distribuição nacional. Portugal dispõe de vantagens estratégicas, como a posição geográfica, portos e corredor atlântico, mas enfrenta desafios exigentes. A transição para soluções limpas e digitais surge como oportunidade de modernização e reforço da competitividade internacional, desde que acompanhada por políticas públicas consistentes e incentivos claros.