Governo disponibiliza 100 milhões às empresas afetadas pelo coronavírus
António Costa anunciou que o Executivo está em condições para, se se revelar necessário, disponibilizar uma linha de crédito de apoio de tesouraria às empresas no valor inicial de 100 milhões de euros".
Na abertura do debate quinzenal que decorre, esta quarta-feira, 4 de março, no Parlamento, o primeiro-ministro anunciou que o Governo está "em condições de lançar uma linha de crédito de apoio de tesouraria às empresas no valor inicial de 100 milhões de euros".
António Costa disse que até agora o impacto económico para as empresas portuguesas decorrente do coronavírus "tem sido moderado", até porque a "China está já a retomar a sua atividade industrial". "Apenas no setor do turismo, viagens e eventos, tem havido uma quebra de procura e alguns cancelamentos cujo impacto dependerá da duração e gravidade do surto epidémico à escala global".
Antes deste anúncio, António Costa discorreu sobre as medidas já adotadas pelo Executivo socialista e pelas autoridades nacionais para responder e conter a propagação do Covid-19 e anunciou um conjunto de "medidas preventivas" já em prática. "Com cinco casos positivos até ao momento, encontramo-nos ainda em fase de contenção da epidemia, embora em contenção alargada", referiu acrescentando que "os meios têm sido progressivamente reforçados".
Como tal, o também líder do PS sublinhou que além dos três hospitais definidos como referência para enfrentar a epidemia, "já foram ativados quatro hospitais de segunda linha e estão outros seis em estado de prontidão" para responder a um potencial aumento do número de infetados pelo coronavírus. Disse ainda que há "cerca de duas mil camas de isolamento e oito laboratórios habilitados a realizar testes ao novo coronavírus".
"O Serviço Nacional de Saúde dispõe de uma reserva estratégica de 2 milhões de máscaras e outros equipamentos de proteção individual, a que se soma um stock de 1,6 milhões de máscaras da Cruz Vermelha portuguesa e o stock de medicamentos do SNS foi também reforçado em cerca de 20%", adiantou.
O primeiro-ministro notou ainda que foi solicitado a todos os serviços públicos a elaboração de planos com contenham "ações de prevenção, preparação e resposta" num cenário de propagação do vírus.
Costa admite revisão do PIB até 15 de abril
Acerca do Eurogrupo por telefone que decorreu ao início desta tarde, António Costa reiterou ainda que da parte de Bruxelas existe "disponibilidade para utilizar toda a flexibilidade do Pacto de Estabilidade e Crescimento no sentido de haver uma resposta coordenada ao nível da Zona Euro".
Admitindo o impacto negativo para a evolução da economia apresentado pelo coronavírus, Costa avisou que o Governo digulvará, até 15 de abril, no Programa de Estabilidade a remeter para Bruxelas, "as novas estimativas de crescimento para 2020 e anos seguintes", as quais não irão deixar de refletir os riscos da epidemia para a evolução do PIB nacional.
Esta foi uma oportunidade para o primeiro-ministro voltar "recordar que a economia portuguesa foi a que melhor resistiu à desaceleração económica no ano passado, tendo mesmo sido a economia cujo crescimento mais acelerou na parte final do ano passado, o que nos permite encarar a situação atual com serenidade".
(Notícia atualizada)
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