António Costa quer acordo com PSD sobre investimentos em obras públicas após autárquicas
A grande prioridade para a "rentrée" é a definição da "estratégia nacional para o Portugal pós-2020", incluindo um novo acordo com a União Europeia para fundos comunitários. O grande objectivo é que o "programa dos grandes investimentos em obras públicas seja aprovado por dois terços na Assembleia da República", afirmou António Costa, este sábado, em entrevista ao Expresso.
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Para isso "é fundamental" contar com o PSD, algo que considerou possível.
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"A esquerda e a direita não se distinguem, em nenhum país do mundo, por decidir se fazem um aeroporto ou não, uma linha férrea e se ela tem este ou aquele traçado. São objectivos que têm de ser consensuais porque são compromissos que ficam para séculos", afirmou o primeiro-ministro.
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No entanto, António Costa admitiu que o tempo de consensos só virá depois de 1 de Outubro: "Até às autárquicas, cada um vai tratar de fazer o melhor resultado possível. Este não é o tempo dos acordos, é o tempo das disputas. Passadas as autárquicas, outro tempo virá, certamente com melhores condições para consensos".
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Este pacto para obras públicas deve incidir, em especial, sobre "o melhor aproveitamento do aeroporto Sá Carneiro, nas ligações ferroviárias com a Europa, (...) na expansão do porto de Sines e (sobre) ter ou não um terminal de contentores no Barreiro".
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António Costa afastou uma linha ferroviária de alta velocidade, considerando que esse debate "está comprometido", mas sublinhou a importância "ter uma resposta urgente" para a questão do novo aeroporto, sendo "a solução do Montijo" aquela em que o Governo está a trabalhar.
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O primeiro-ministro considerou possível esta convergência com o principal partido da oposição: "Não devemos diabolizar: uma coisa é o que anima a comunicação pública, outra é a realidade do dia-a-dia, em que felizmente grande parte das decisões da Assembleia da República é objecto de consensos".
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Com o actual quadro comunitário a terminar em 2020 é necessário desenhar este pacto de investimento público no início do próximo ano, de modo a poder ser negociado com a União Europeia em 2019, explicou.
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Para este "Portugal pós 2020", o primeiro-ministro disse querer também um aumento da produção de energia renovável e intensificação da "descarbonização no conjunto da economia", e destacou "várias oportunidades" no que toca ao mar, incluindo usar o porto de Sines "como interface de acolhimento do gás natural proveniente dos Estados Unidos".
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Descongelamento total das carreiras na Função Pública no próximo ano
Ao Expresso, António Costa manifestou-se "muito satisfeito" com a solução governativa encontrada e afirmou que esta "não depende de haver ou não maioria" absoluta na próxima legislatura.
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"O facto de as pessoas terem deixado de acordar todos os dias com a incerteza sobre qual o imposto que ia subir, sobre qual o corte que ia ser anunciado nas pensões ou nos vencimentos devolveu tranquilidade à sociedade portuguesa", afirmou.
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Confrontado com o anúncio de greves em diversos sectores profissionais, Costa considerou "normal que as pessoas protestem" e que "queiram tudo já". Não sendo "tudo" possível, o primeiro-ministro afirmou que o "próximo passo, para o próximo ano" será o "descongelamento das carreiras na Função Pública que não tenham sido objecto de nenhum tipo de descongelamento".
Questionado sobre o que não conseguiu fazer nestes dois anos do Governo, António Costa admitiu que foi "posta em causa" a decisão sobre "o acordo na concertação social para, no quadro da actualização do salário mínimo, ter uma compensação em matéria de taxa social única", mas considerou a solução encontrada "francamente melhor".
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António Costa descreveu ainda a relação com o Presidente da República como "bastante equilibrada e saudável". Sobre o veto de Marcelo Rebelo de Sousa aos termos da concessão da Carris à Câmara de Lisboa, encarou-o com naturalidade. "Eu, como descentralizador fervoroso, não me choca nada a posição do PR", disse.
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Afastou também qualquer ideia de que o Presidente se tenha excedido nos casos de Pedrógão e Tancos: "No momento em que há uma tragédia com aquela dimensão é natural que o Presidente esteja fisicamente presente e procure dar resposta e conforto anímico às pessoas (...) O papel do Governo é outro (...) No dia em que o primeiro-ministro e o Presidente da República entrarem numa competição de popularidade o país tem motivos para se preocupar porque isso não corresponde ao regular funcionamento das instituições", rematou Costa.
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