Divisão do eleitorado italiano pode manter Monti à frente do país

A vontade de Monti permanecer como primeiro-ministro "é o equivalente político" à disponibilidade do BCE de comprar dívida pública no mercado secundário. A frase resume o optimismo com o que o mercado vê a possível permanência de Monti à frente de Itália.
Ana Luísa Marques 28 de Setembro de 2012 às 14:37

A possibilidade foi admitida ontem pelo próprio Monti numa entrevista à Bloomberg e durante um fórum no Conselho de Relações Internacionais em Nova Iorque. Ainda assim, o primeiro-ministro italiano fez questão de sublinhar que acredita "num claro vencedor" nas eleições de Abril.

Em entrevista à Bloomberg, Monti sublinhou que caso o país "necessite dos seus serviços", estará disponível para permanecer à frente do governo italiano. Esta foi a primeira vez que Monti admitiu esta possibilidade, já que a 10 de Setembro, excluiu a hipótese de se manter no cargo.

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Mario Monti assumiu o cargo de primeiro-ministro no passado mês de Novembro, liderando um governo de salvação nacional, após Silvio Berlusconi ter sido forçado a abandonar a liderança do executivo italiano.

De acordo com o "Wall Street Journal", alguns analistas duvidam que um governo sem Mario Monti seja capaz de manter as duras medidas de austeridade, que têm sido levadas a cabo pelo actual executivo.

Talvez por isso, as declarações de Monti tenham "sido música para os investidores", disse ao jornal norte-americano o analista Nicholas Spiro. A vontade de Monti permanecer como primeiro-ministro "é o equivalente político" à disponibilidade do BCE de comprar dívida pública no mercado secundário, acrescentou Spiro.

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O economista Silvio Peruzzo do Nomura Internacional acredita que Monti "estará disponível para permanecer como primeiro-ministro caso as condições políticas e do mercado assim o exijam". Ao admitir a hipótese de permanecer no cargo, Monti estará precaver-se de um possível regresso das tensões no mercado da dívida, acrescenta o economista, citado pela Bloomberg.

O analista Mujtaba Rahman só acredita num segundo mandato de Monti caso a pressão dos mercados se intensifique e exista um impasse político após as eleições legislativas.

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