G-20 exige maiores rácios de capital aos bancos

Os ministros das Finanças do G20 estiveram reunidos neste fim-de-semana para discutir o pacote de regulamentação financeira e o estado da economia mundial. Os responsáveis elaboraram um acordo de longo alcance para proteger o sistema bancário contra novas crises sistémicas e concordaram em manter as medidas de estímulo económico.

Os governos exigem reservas de capital mais elevadas para que os bancos tenham uma maior salvaguarda em caso de futuros choques. Os bancos, por sua vez, estão reticentes pois terão que cortar nas concessões de crédito, o que significa uma menor rendibilidade.

Países como França e Alemanha estão alinhados no sentido de uma regulamentação do sector financeiro. Porém, países como o Reino Unido, apesar de concordarem com a necessidade de disciplinar o sector, são mais cautelosos na hora de impor limites, em particular à política salarial.

"Devemos continuar com as reformas fundamentais para assegurar um sector financeiro responsável e transparente", disse ontem Gordon Brown, primeiro-ministro britânico, num conferência de imprensa, após um encontro com a chanceler alemã Angela Merkel.

Merkel insistiu, por seu turno, que a consolidação no sector tem de ser feita com peso e medida, de modo a evitar o surgimento de grandes bancos "capazes de chantagear Governos".

Demasiado cedo para cortar com planos de recuperação

"Seria um erro de proporções históricas se repetíssemos os erros da crise de 1930" , disse Brown na abertura do encontro em Londres.

"Um dos maiores riscos é dizer que o trabalho está feito, agora podemos desacelerar. Fizemos esses erros antes , acrescentou Alistair Darling, chanceler do Tesouro britânico

A reunião dos responsáveis das Finanças será seguida, na próxima semana, de uma cimeira extraordinária entre os líderes da União Europeia. O encontro, agendado para dia 17, em Bruxelas, servirá para os Vinte Sete aproximarem posições com vista à cimeira do G-20 de Pittsburgh, na Pensilvânia, que nos dias 24 e 25 fará o balanço das medidas tomadas há cinco meses em Londres.