Modi precisa de aliados para conseguir terceiro mandato

A contagem dos votos ainda decorre, mas o atual primeiro-ministro já canta vitória. Mas, desta vez, sem maioria absoluta. O partido Bharatiya Janata precisa de confiar nos aliados à direita para formar governo.
Narendra Modi
Bloomberg
Bárbara Cardoso e Diogo Mendo Fernandes 04 de Junho de 2024 às 20:40

Maiorias absolutas deixadas para trás. O Partido Bharatiya Janata (BJP), que há uma década assumiu o poder na Índia, consegue estender a vitória para um terceiro mandato, mas não sem o auxílio da Aliança Democrática Nacional (ADN).  

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A coligação, liderada pelo partido do primeiro-ministro Narendra Modi, conseguiu assegurar, até ao momento, mais 18 lugares do que os 272 necessários para a maioria simples.  

Apesar da vitória, Modi não esperava umas eleições tão desafiantes e acreditava que a ADN iria conquistar 400 dos 543 assentos da Lok Sabha – a câmara baixa do parlamento de Nova Deli. 

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A ideia foi prontamente deixada de lado pouco depois do arranque da contagem de votos, já que a margem entre o partido no poder e o principal opositor, o Congresso Nacional Indiano (CNI), estreitou desde logo.  

O partido liderado por Rahul Gandhi deu luta e garantiu, até ao momento, 91 lugares que, com os mais de vinte aliados que asseguravam 123 assentos, conseguem uma oposição de 214 forças, recuperando uma posição que não ocupava desde 2009.  

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A vitória é agridoce para o partido de Modi, que em 2019 bateu o próprio recorde e conquistou 303 assentos no Lok Sabha. Desta vez, fica atrás, com 238 deputados. Apesar de uma oposição mais resiliente do que o que previa, Modi cantou vitória durante 33 minutos na tarde desta terça-feira. "A vitória de hoje é o triunfo da maior democracia do mundo", gritou à multidão na sede do partido.  

O feito alcançado de três mandatos tinha acontecido apenas uma vez, com o primeiro primeiro-ministro da índia, Jawaharlal Nehru, que governou entre 1947 e 1964. Está agora na "boa vontade" dos aliados do Bharatiya Janata que a coligação avance com as medidas prometidas por Modi, com 73 anos, ao longo da campanha.  

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A reviravolta inesperada dos resultados da oposição fez as ações da índia caírem para o pior dia em mais de quatro anos, em contraste com a negociação de segunda-feira, quando ainda se acreditava numa maioria absoluta do partido de Modi.  

Também a rupia desvalorizou de forma significativa, chegando a tocar mínimos de maio de 2015. Já a "yield" da dívida a dez anos chegou a agravar-se em 12 pontos base. 

Os resultados finais deverão ser conhecidos apenas durante o dia de quarta-feira.

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