Montenegro: Governo "caiu de podre e não por causa de um processo"

"O governo caiu de podre, por indecente e má figura", afirma o líder social-democrata.
Luís Montenegro no 41.º Congresso do PSD
António Pedro Santos/Lusa
Negócios com Lusa 25 de Novembro de 2023 às 12:33

O presidente do PSD entende que o Governo de António Costa "caiu de podre" e não "por causa de um processo" judicial.

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Na intervenção de abertura do 41.º Congresso do PSD em Almada, o líder social democrata afirmou que o executivo "não caiu por causa de um parágrafo" no comunicado da Procuradoria-Geral da República, "nem por causa de um processo".

"O governo caiu de podre, por indecente e má figura", disparou. Para Montenegro, os anos de governação do PS foram caracterizados por "demasiadas mentiras, abusos de poder, falta de decência e transparência. E deixou um aviso: "Portugal não é e não vai ser uma República das bananas".

Montenegro acusou ainda o PS de, nas últimas semanas, tentar instrumentalizar a justiça "para servir de álibi a erros políticos".

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"Não que não estejamos todos sob escrutínio, é assim que tem ser, mas nos sítios próprios, com regras próprias e no tempo correto. O julgamento das pessoas e instituições não se faz na comunicação social, se isso é válido para políticos também é para magistrados", disse.

Montenegro disse ter confiança de que o povo português "é muito sábio e está atento e não vai beneficiar o infrator" nas próximas eleições de 10 de março.

"Nós sabemos que isso não é suficiente para ganhar eleições e para governar o país. Não são as pessoas que estão erradas quando não votam em nós, nós é que temos de assumir que estamos errados por não lhes darmos os argumentos para confiarem em nós", disse, repetindo uma ideia deixada no seu primeiro Congresso como líder em 2022.

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O presidente do PSD reiterou que só será primeiro-ministro se vencer as eleições -- "quero sentir que essa é a vontade maioritária do povo português" -- e prometeu apresentar noutra intervenção neste Congresso propostas para o país.

"Vamos dar a Portugal uma vida nova e um Governo novo", apelou, dizendo sentir que "a onda laranja já está muito forte" mas, reconheceu: "Os portugueses ainda não absorveram na plenitude a nossa força".

O primeiro-ministro apresentou a sua demissão em 07 de novembro, por causa de uma investigação judicial sobre a instalação de um centro de dados em Sines e negócios do lítio e do hidrogénio, que levou o Ministério Público a instaurar um inquérito autónomo no Supremo Tribunal de Justiça em que é visado.

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Perante essa decisão, que aceitou, o Presidente da República anunciou que vai dissolver o parlamento e marcar eleições legislativas antecipadas para 10 de março.

Contudo, Marcelo Rebelo de Sousa decidiu adiar a demissão formal do Governo, que é feita por decreto, para permitir a aprovação final do Orçamento do Estado para 2023, marcada para 29 de novembro, e a sua entrada em vigor. Só nessa altura o executivo ficará limitado a atos de gestão.

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