Nobel da Economia avisa que "falta de concorrência" pode limitar potencial da IA

Para o académico, é necessário impedir que "o fantástico potencial de crescimento da IA venha a ser inibido por uma política de concorrência inadequada".
Philippe Aghion
Bruno Simão
Lusa 11:10

O académico francês Philippe Aghion, um dos três vencedores do prémio Nobel da Economia neste ano, avisa que "a falta de concorrência" pode limitar o potencial de crescimento da Inteligência Artificial (IA).

"A IA tem um grande potencial de crescimento porque automatiza tarefas, tanto na produção de bens e serviços como na produção de ideias, mas o problema é a falta de concorrência", diz o economista.

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Dias antes de ser distinguido com o prémio Nobel da Economia, em conjunto com Peter Howitt e também com o historiador da economia Joel Mokyr, Philippe Aghion foi entrevistado, por videochamada, pelo presidente da Autoridade da Concorrência (AdC), Nuno Cunha Rodrigues, e pela administradora Ana Sofia Rodrigues.

A entrevista vai ser exibida durante a VII Conferência de Lisboa sobre Direito e Economia da Concorrência, a decorrer hoje e sexta-feira no Centro de Congressos de Lisboa.

Durante a conversa, Philippe Aghion ilustrou o seu raciocínio recordando que os gigantes das Tecnologias de Informação (TI) -- Google, Microsoft, Amazon, entre outros -- "impulsionaram o crescimento nos EUA" mas, como cresceram à custa de fusões e aquisições, "acabaram por inibir a entrada de novos concorrentes".

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Para o académico, é necessário impedir que "o fantástico potencial de crescimento da IA venha a ser inibido por uma política de concorrência inadequada".

"Precisamos de alargar a lei do mercado digital a toda a cadeia de valor da IA. E precisamos, em termos de regulamentação, de não ter demasiada regulamentação. As grandes empresas sabem como lidar com ela, mas os potenciais novos concorrentes, não".

Philippe Aghion é professor no Collège de France e no INSEAD, em Paris, e professor visitante na London School of Economics and Political Science (LSE), em Londres.

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Ocupou também cargos académicos de relevo na University College London (UCL), na Universidade de Oxford na Grã-Bretanha, no MIT e na Universidade de Harvard, nos EUA.

Em França, foi um dos principais conselheiros económicos do Presidente Emmanuel Macron na altura da sua primeira eleição.

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