Polícia alemã procura autor do atentado em Berlim
As autoridades alemãs continuavam ontem ao final do dia à procura do homem que levou o camião a embater contra uma feira de Natal em Berlim. Nada se sabe sobre o terrorista, mas a polícia receia que esteja armado e possa realizar novos ataques.
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Já o requerente de asilo paquistanês, que no início fora considerado suspeito de ter cometido o atentado, foi libertado devido à ausência de provas incriminatórias, indicou esta noite o procurador federal alemão.
"A pessoa suspeita (...) foi posta em liberdade no final da tarde por ordem do procurador federal. Os resultados do inquérito não permitiram revelar elementos que confirmassem suspeitas concretas", indicou o procurador em comunicado.
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"Os peritos e a polícia científica e técnica não conseguiram estabelecer até ao momento a presença do suspeito na cabina do peso-pesado", acrescentou. A polícia e a procuradoria federal tinham previamente indicado que este requerente de asilo que chegou à Alemanha no final de 2015 não seria provavelmente o autor do ataque e que um "criminoso perigoso" poderá estar em fuga.
"Precisamos de trabalhar assumindo que um suspeito armado está a monte. Em resultado disso, estamos em alerta elevado", disse um alto responsável da polícia criminal federal.
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Se para as autoridades alemãs não havia dúvidas sobre as motivações terroristas do ataque – a própria Angela Merkel o reconheceu –, ontem foi a vez do autoproclamado Estado Islâmico reclamar o atentado, que provocou pelo menos 12 mortos e dezenas de feridos. A informação foi avançada pela Reuters, citando a agência noticiosa Amaq, ligada ao grupo extremista: "Um soldado do Estado Islâmico cometeu a operação em Berlim em resposta a um apelo para atingir pessoas dos países da organização internacional", que combate o grupo no Iraque e na Síria.
Entretanto, a extrema-direita já veio posicionar-se, procurando capitalizar a tragédia. Frauke Petry, a líder do partido anti-imigração Alternativa para a Alemanha (AfD), em crescendo nas sondagens e com presença reforçada nos parlamentos regionais alemães, não perdeu tempo e defendeu que "o mercado de Natal não foi um alvo acidental". "Não foi só um ataque à nossa liberdade e ao nosso estilo de vida, mas à nossa tradição cristã", prosseguiu Petry num comunicado citado pelo The Guardian.
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Também o partido-irmão da CDU de Merkel, o bávaro CSU, veio colocar o dedo na ferida: o seu líder, Horst Seehofer, pediu uma mudança das políticas de imigração do Governo alemão: "Devemos isso às vítimas, àqueles afectados [pelo atentado] e a toda a população, temos de repensar a nossa imigração e política securitária e mudá-las", afirmou.
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