Salário mínimo de 505 euros “não é um valor absurdo”

Em entrevista ao Público, o presidente da CCP sustenta que a discussão à volta do aumento do salário mínimo pode ultrapassar os 500 euros que estão sobre a mesa, mas insiste em que a subida apenas deverá acontecer em 2015.
22 de Setembro de 2014 às 09:25

O salário mínimo deve ser revisto no último trimestre de cada ano e programado para o ano seguinte, defende João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP)  em entrevista ao jornal Público esta segunda-feira. Vieira Lopes recusa, assim, que um aumento do salário mínimo possa entrar em vigor ainda este ano, mas, em contrapartida, diz-se flexível para "discutir valores acima dos 500 euros ou aumentos faseados, um no início e outro a meio do próximo ano".

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Em todo o caso, acrescenta, "teremos mais flexibilidade de o aumento for faseado". Os 205 euros propostos pela UGT "não são um valor absurdo para atingir no próximo ano, não necessariamente a 1 de Janeiro".

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Recorde-se que, em sede de concertação social, onde o aumento do salário mínimo tem vindo a ser discutido, a UGT tem defendido a entrada em vigor do novo valor já em Outubro e tem até o acordo dos restantes patrões, mas a CCP recusa apoiar essa possibilidade.

 

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"Sempre considerámos que o salário mínimo  devia ser aumentado, porque tem um efeito positivo em termos de consumo e, por outro lado, porque seria um sinal para o mercado no sentido de dizer que Portugal não está centrado no empobrecimento", diz vieira Lopes. Contudo, explica-se, "a CCP representa os sectores do comércio e dos serviços, nomeadamente serviços de mão de obra intensiva como limpezas, contact centers, restauração colectiva, que funcionam com contratos anuais e que não podem mudar as suas tabelas a meio do ano".

 

"Se o Governo quiser aumentar em Outubro, que decida. Nós manifestaremos a nossa oposição", afirma o presidente da CCP.

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