O passivo exigível das autarquias atingiu os 4.697,5 milhões de euros no final do ano passado, o que representa uma diminuição de 426,7 milhões (8,3%) em relação a 2016, de acordo com o Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses, publicado esta terça-feira, 2 de Outubro, pela Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC).

A análise do quadro com as componentes do passivo exigível permite concluir que a maior redução ocorreu na rubrica das dívidas a médio e longo prazo (stock da dívida bancária e dos contratos de locação financeira, bem como outros dívidas a terceiros), que registou um decréscimo de 270,7 milhões (7,3%) para um total de 3.428,5 milhões.

"Esta descida mostra bem o esforço dos municípios na intensificação das amortizações de empréstimos alocado a uma parte significativa dos seus recursos para esse fim", salientam os responsáveis do documento.

Os dados do anuário indicam que a dívida de médio e longo prazo das autarquias às instituições de crédito atingiu os 2.223, milhões de euros no final de 2017, ou seja, menos 9,9% do que em 2016, enquanto que a dívida a fornecedores e outros credores baixou 20,9% para 512,3 milhões de euros.

As dívidas de curto prazo, por seu lado, registaram um decréscimo de 156 milhões (-10,9%) para um total de 1.269 milhões.

Os autores do anuário revelam ainda que 238 dos 308 municípios baixaram o valor do passivo exigível.

Lisboa continuou a ser a câmara com maior passivo (497,2 milhões de euros), mas foi igualmente a autarquia que mais baixou o montante das suas dívidas: -138,9 milhões (21,8%).

Vila Nova de Gaia manteve-se como o segundo município com maior passivo com um total de 142,5 milhões de euros e foi também a segunda câmara que mais baixou esta rubrica: -27,5 milhões (-16,2%).

O anuário destaca ainda a descida (-10,9 milhões) ocorrida na câmara de Faro. A capital do Algarve surge ainda assim no 46º lugar dos municípios mais endividados com um passivo total de 26,2 milhões de euros.

Entre as 50 câmaras com o maior aumento do passivo exigível em 2017 destaque para Vila Franca de Xira, a única grande autarquia que integra esta lista, aparecendo mesmo no terceiro lugar do ranking com um acréscimo de 6,3 milhões de euros face a 2016.