Aumento do salário mínimo pode eliminar 100 mil empregos  

  O Fórum para a Competitividade apela a que sejam criadas condições para uma "efetiva subida da produtividade, única forma de dar sustentabilidade a uma subida do salário mínimo e do salário médio".
Pedro Ferraz da Costa
Nuno Carregueiro 03 de Dezembro de 2019 às 15:43

O Fórum para a Competitividade alertou esta terça-feira para os efeitos negativos do aumento do salário mínimo tal como pretende o governo, calculando que em resultado podem ser eliminados até 100 mil empregos e assistir-se a uma degradação das contas externas.

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No Nota de Conjuntura de novembro, publicada hoje, a entidade liderada por Ferraz da Costa alerta que "novas subidas extraordinárias do salário mínimo, sem medidas significativas de aumento da produtividade, podem traduzir-se em aumentos substanciais do número de desempregados (entre 50 mil e 100 mil), da taxa de desemprego (entre um e dois pontos percentuais), bem como numa degradação das contas externas, entre 1,5% e 3% do PIB".

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Fórum para a Competitividade: Aumento do salário mínimo pode eliminar 100 mil empregos  
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O Fórum para a Competitividade aponta duas razões que impedem a comparação dos efeitos dos aumentos do salário mínimo entre 2015 e 2019 (19% em termos nominais) com os que estão projetados para a atual legislatura. O desemprego não aumentou neste período porque a "conjuntura externa era excecional" e o "congelamento anterior desta remuneração tinha criado alguma folga nas empresas".

 

Agora não existem estas duas condições a "conjuntura internacional está em clara deterioração, quer devido ao final do ciclo económico, quer a perturbações como a guerra comercial, o Brexit, entre outras".

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Daí que o Fórum para a Competitividade se mostre contra este aumento do salário mínimo (o Governo pretende 750 euros em 2023 e os patrões 700 euros), mesmo que sejam dadas contrapartidas às empresas. "Muito mais importante" do que compensações às empresas "é essencial criar condições para uma efetiva subida da produtividade, única forma de dar sustentabilidade a uma subida do salário mínimo e do salário médio".

O Executivo de António Costa aprovou no mês passado o aumento do salário mínimo nacional para 635 euros em 2020 sem acordo em concertação social.

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Na nota do mês de novembro o Fórum para a Competitividade analisa ainda os dados do PIB do terceiro trimestre, que mostram uma deterioração da qualidade do perfil de crescimento, com aceleração do consumo privado (de 2,0% para 2,3%) e desaceleração do investimento (de 10,5% para 8,8%).

 

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Acrescenta que "as exportações tiveram uma quebra trimestral, sinal evidente da desaceleração internacional sobre a economia portuguesa. Com o investimento e as exportações a falharem, estamos num ponto preocupante da trajetória da nossa economia".

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