Maiores exportadoras voltam a ganhar peso, mas fica abaixo do pré-pandemia

Também o peso das dez maiores importadoras aumentou mais de 60% no ano passado, com três novas entradas no “ranking”, duas delas com selo espanhol. Energéticas ganharam peso nas compras ao exterior. Nas exportações, top 10 pesou quase 20% no total.
1/22
Foto: Paulo Viegas Foto: Albert Gea reuters
Paulo Ribeiro Pinto e Joana Almeida 12 de Fevereiro de 2023 às 17:00

As dez maiores empresas exportadoras em Portugal ganharam peso no último ano, representando 19,5% do total de exportações, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística solicitados pelo Negócios.

PUB

O valor compara com o peso de 17,8% que tiveram no ano anterior. No entanto, o peso das grandes exportadoras nacionais no total de exportações ficou ainda abaixo do pré-pandemia. Em 2019, representavam 22% das exportações totais, o valor mais elevado desde 2016.

Em termos nominais, as exportações do top 10 de exportadoras atingiram os 15,5 mil milhões de euros, mais cerca de 4 mil milhões face ao ano anterior. Nos quatro primeiros lugares da lista de maiores exportadoras não houve alterações. A Petrogal manteve a liderança em 2022, seguida pela Autoeuropa, a papeleira Navigator e a Continental.

Ao quinto lugar, subiu a Bosch, que antes estava em sexto. Seguiram-se as também repetentes Aptivport, Faurecia, Repsol Polímeros e a Purem Tondela. A fechar o top 10 das maiores exportadoras, há uma novidade: a Visteon Electronics, que se dedica ao comércio por grosso de eletrodomésticos, aparelhos de rádio e de televisão. Fora do "ranking" de maiores exportadoras ficou a Volkswagen AG (casa-mãe), que em 2021 estava em quinto lugar.

PUB

Mais mudanças nas importações

A lista das maiores empresas importadoras em 2022 divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) ao Negócios traz várias alterações em relação ao ano anterior, sobretudo no que toca à importância nas compras ao exterior. Em comparação com o ano anterior, o peso das dez maiores importadoras nacionais no total das importações cresceu 63%, com destaque para a entrada de duas multinacionais espanholas: a Inditex, dona da Zara e Massimo Dutti, e a Endesa.

A ocupar o topo da lista das maiores importadoras em Portugal manteve-se em 2022 a Petrogal, como acontece há vários anos, tendo em conta que a dependência portuguesa do petróleo comprado ao exterior. Para o segundo lugar, saltou outra energética: a EDP Gem, antes conhecida por EDP Gás e que agrega gás natural, eletricidade e serviços energéticos. A fechar o top 3 das maiores importadoras ficou a Autoeuropa que cai um lugar face ao ano passado, devido sobretudo ao aumento significativo dos preços da energia, que fez disparar os valores nominais das importações das empresas de energia nacionais.

PUB

A comprovar isso está o facto de, em 2022, quatro empresas da área da energia terem integrado o top 10 das maiores importadoras. Além da Petrogal e da EDP Gem, também a Galp Gás Natural, subsidiária da Galp, passou de sexta maior importadora para quarta e a Endesa escalou ao nono lugar do top 10, onde não constava.

As retalhistas Lidl e Pingo Doce ocuparam, respetivamente, o quinto e sexto lugares, seguidas pela repetente Bosch. Já a Inditex apareceu pela primeira vez em oitavo lugar entre as maiores importadoras nacionais e a fabricante de componentes e acessórios para veículos automóveis Aptivport ocupou o décimo lugar da lista.

Ao todo, estas dez maiores empresas importadoras portuguesas compraram ao exterior bens no valor total de 18,8 mil milhões de euros. No ano anterior, tinham comprado 11,5 mil milhões, menos 7,3 mil milhões. Fora da lista ficaram, face a 2021, a Faurecia e a Peugeot-Citroën.

PUB
Pub
Pub
Pub