Uma década depois, economia portuguesa voltou ao défice externo em 2022
A economia portuguesa fechou o ano passado com um défice externo de 1,1 mil milhões de euros, ou 0,5% do PIB, o que não acontecia desde 2011, excluindo o saldo negativo "marginal" registado no primeiro ano da pandemia de covid-19.
Segundo uma nota divulgada nesta sexta-feira, 17 de fevereiro, pelo Banco de Portugal (BdP), as contas externas no conjunto do ano passado registaram um défice de 0,5% do PIB, um agravamento expressivo face ao excedente de 1% do PIB (cerca de 2 mil milhões de euros) registado no mesmo período de 2021.
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De acordo com o banco central, e excluindo o "valor marginalmente negativo do saldo" de 2020 (0,05% do PIB), é preciso recuar mais de uma década para encontrar um ano em que as contas externas portuguesas ficaram no vermelho. Nesse ano, que marcou também a entrada da troika em Portugal, o défice externo foi de quase 4,5% do PIB. Recorde-se que as contas externas correspondem ao saldo conjunto da balança corrente (a balança comercial, que por sua vez inclui bens e serviços, e as balanças de rendimentos) e da balança de capital. O défice da balança de bens aumentou 10,4 mil milhões de euros em 2022 - para 25,6 mil milhões de euros - face ao ano anterior, devido ao crescimento das importações a um ritmo superior ao da subida das exportações (31% e 22%, respetivamente), devido ao aumento muito expressivo da inflação no ano passado.
Recorde-se que as contas externas correspondem ao saldo conjunto da balança corrente (a balança comercial, que por sua vez inclui bens e serviços, e as balanças de rendimentos) e da balança de capital.
O défice da balança de bens aumentou 10,4 mil milhões de euros em 2022 - para 25,6 mil milhões de euros - face ao ano anterior, devido ao crescimento das importações a um ritmo superior ao da subida das exportações (31% e 22%, respetivamente), devido ao aumento muito expressivo da inflação no ano passado.
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De acordo com o banco central, e como seria de esperar, nas exportações de serviços destacaram-se as viagens o turismo, os serviços de transportes e os outros serviços fornecidos por empresas - com crescimentos homólogos de 110%, 57% e 23%, respetivamente.
"Em 2022, o saldo da rubrica de viagens e turismo aumentou 9,1 mil milhões de euros relativamente ao período homólogo. As exportações e as importações de viagens e turismo superaram as registadas antes da pandemia: as exportações corresponderam a 115% e as importações a 108% dos valores observados em 2019, tendo sido as mais elevadas de toda a série", destaca a entidade liderada por Centeno.
Já no que diz respeito à balança de capital, houve uma "acentuada redução" do excedente em relação a 2021, em 1,6 mil milhões de euros, destaca o BdP.
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