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Portugal com saldo externo positivo pela primeira vez em 18 anos

Portugal teve uma capacidade líquida de financiamento equivalente a 0,4% do PIB no ano passado, o que não acontecia, pelo menos, desde 1995. A subida das exportações e a queda das importações foi determinante para esta evolução.

Nuno Carregueiro nc@negocios.pt 11 de Março de 2013 às 12:43

A economia portuguesa apresentou uma capacidade líquida de financiamento de 0,4% do PIB no ano passado, o que compara com uma necessidade de financiamento de 5,6% do PIB em 2011, de acordo com o relatório divulgado esta segunda-feira, dia 11 de Março, pelo Instituto Nacional de Estatística referente às contas nacionais.

 

Este dado ganha relevância pois é a primeira vez que acontece na economia portuguesa desde, pelo menos, 1995 (início da actual série do INE). Este indicador resulta da soma dos saldos da balança corrente e da balança de capital e, como tem sinal positivo, indica que a economia portuguesa teve capacidade para financiar o resto do mundo no ano passado.

 

Esta melhoria nas contas externas de Portugal reflecte sobretudo a evolução no saldo da balança comercial (que faz parte da balança corrente), já que as importações têm registado um decréscimo significativo e as exportações continuam a aumentar.

 

Apesar do abrandamento registado no ano passado, as exportações cresceram 3,3% em 2012 (contra um aumento de 7,2% em 2011) e as importações caíram 6,9% (depois de terem recuado 5,9% em 2011). Esta evolução resultou num défice da balança comercial de 0,5% do PIB no ano passado.

 

Além desta melhoria no saldo externo de bens e serviços, o INE salienta ainda “que se verificou um aumento do saldo das transferências de capital e do saldo das transferências correntes”.

 

As expectativas do Banco de Portugal apontam para que este ano o saldo da balança comercial portuguesa seja positivo, o que tenderá a melhorar ainda mais a capacidade de financiamento da economia portuguesa.

 

Muitos economistas têm salientado que o equilíbrio das contas externas de Portugal é um dos factores mais positivos do processo de ajustamento da economia nacional desde o pedido de ajuda externa. Em 2008, a economia portuguesa apresentava uma necessidade de financiamento equivalente a mais de 10% do PIB, sendo que nos dois anos seguintes permaneceu em valores próximos de 8% do PIB.

 

Os dados do quarto trimestre são ainda mais positivos que os do conjunto de 2012. Segundo o INE, a economia portuguesa apresentou uma capacidade líquida de financiamento de 4% do PIB nos últimos três meses de 2012, quando no terceiro trimestre se tinha situado em 0,5% do PIB. “Este resultado deveu-se sobretudo à evolução do saldo de rendimentos primários, tendo-se também verificado um aumento do saldo das transferências correntes e do saldo das transferências de capital”, salienta o INE.

 

O défice comercial foi de 0,2% do PIB no quatro trimestre (apesar de neste período as exportações até terem descido 0,5%), igualando o registo dos dois meses anteriores.

 

Capacidade ou a necessidade de financiamento, segundo o INE

A capacidade ou a necessidade de financiamento do total da economia é igual à soma das capacidades ou necessidades de financiamento dos sectores institucionais. É o montante líquido dos recursos que o total da economia coloca à disposição do resto do mundo (se for positivo) ou que recebe do resto do mundo (se for negativo). A capacidade ou a necessidade de financiamento do total da economia é igual, mas de sinal contrário, à necessidade ou à capacidade de financiamento do resto do mundo.

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