Antigo vice-chefe do Exército pede demissão do ministro da Defesa
O antigo vice-chefe do Estado-Maior do Exército considera que depois da "ingerência institucional" no Colégio Militar, o ministro da Defesa "já não está à altura do cargo que está a desempenhar" e "já devia estar demissionário", uma vez que "quando ele perdeu a confiança no general-chefe e fez o que fez, ele já não tem a confiança de nenhum militar".
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"Qual é a cara dele para tutelar a instituição militar? Demita-se, senhor ministro. Já não merece respeito, vá-se embora", exorta António Campos Gil.
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Em entrevista à Renascença, o general lamenta o "espalhafato" provocado por José Azeredo Lopes (na foto) que, a propósito da alegada discriminação de alunos homossexuais no Colégio Militar, pediu explicações ao Chefe do Estado-Maior do Exército (CEME). Um episódio que levou à saída do Chefe do Estado-Maior do Exército, Carlos Jerónimo. Campos Gil considera que o problema de Azeredo Lopes não foi o pedido de explicações, mas ter "[faltado] ao respeito" às Forças Armadas.
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"O grave é quando vai para lá disso e faz uma ingerência institucional quando pede consequências, quando ele próprio começa a exigir a demissão, directa ou indirectamente, da direcção ou do subdirector. Isso já não é da competência dele, é da competência do chefe. Ora, quando isto acontece revela uma falta de sentido institucional e uma falta de sentido de solidariedade. O senhor ministro não sabe o que é a ética e a liderança, não faz a mínima ideia do que estes conceitos significam e implicam. Deu sinais de incapacidade de gerir a dificuldade. Submeteu-se a uma pressão, e portanto não está à altura do cargo que desempenha", resume.
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O substituto de Carlos Jerónimo na chefia do Estado-Maior do Exército até já tomou posse, mas António Campos Gil ainda espera que o ministro "tenha um rebate de consciência" e perceba que "já não tem condições para estar" no cargo. Quanto ao substituto, considera que Rovisco Duarte "é um homem com verticalidade, de princípios, com estatura" e "reconhecido dentro da instituição militar". "Naturalmente é aplaudido pelos militares a partir de hoje", conclui.
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