«Estamos numa crise estrutural e económica», diz Freire de Sousa
«As mais recentes notícias sobre a economia portuguesa, não trazendo muito de novo, são preocupantes», diz Freire de Sousa. O Jornal de Negócios Online publica na íntegra o depoimento do economista, ex-secretário de Estado da Competitividade e Internacion
«As mais recentes notícias sobre a economia portuguesa, não trazendo muito de novo, são preocupantes. Elas revelam claramente que a nossa situação é a de uma crise estrutural e económica (e não conjuntural e financeira) que tem uma maior dimensão relativa do que a dos nossos parceiros europeus e não beneficia da crença das organizações internacionais quanto às condições que temos para inverter o actual estado de coisas. O que significa também que os esforços de contenção que têm vindo a ser coordenados pelo Ministro das Finanças são apenas uma parte do trabalho transformador de fundo que incumbe ao governo e aos agentes económicos. Temos, pois, de nos concentrar mais nas formas de tratar da competitividade da nossa economia.
Dizem-nos que a economia portuguesa acabará por crescer este ano menos do que o já fraco crescimento que tinha sido estimado. Dizem-nos também que cresceremos bastante menos do que os nossos parceiros europeus até ao final da década. Dizem-nos ainda que estamos a perder quotas de mercado internacional e que o nosso saldo externo corrente se deteriorará mais do que previsto, atingindo o maior desequilíbrio do mundo desenvolvido e agravando os nossos já fortes níveis de endividamento. Dizem-nos, portanto, que temos um problema sério de competitividade, o qual vai bastante para além das questões do défice público que têm vindo a ocupar o Ministro das Finanças.
Ou seja, dizem-nos que não estamos colectivamente no bom caminho e que temos de mudar de vida; em termos de iniciativa, confiança, gestão e estratégia, nas empresas e no governo.»
Mais lidas