Acesso à habitação é “um novo risco social”
Um trabalho sobre diferenças intergeracionais, encomendado pela Gulbenkian, vem demonstrar que os jovens millennials estão em grande desvantagem no que toca ao acesso à habitação. Dependentes do mercado, a casa própria é uma miragem para a maioria.

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Em Portugal, apenas uma fatia de 25% dos proprietários de habitação própria tem menos de 30 anos, sendo que no início do século chegaram a ser 64%. Em contrapartida, a percentagem de jovens adultos (18-34 anos) a viver em casa dos pais tem vindo a aumentar, chegando aos 64% em 2018. Tudo isto num país em que o peso da habitação na despesa anual média das famílias mais do que duplicou em 26 anos e em que, em pouco mais de duas décadas, a despesa pública com habitação diminuiu 42%. Estas são algumas das principais conclusões do estudo “Habitação Própria em Portugal numa Perspetiva Intergeracional” encomendado pela Fundação Calouste Gulbenkian. Os autores não têm dúvidas: em matéria de habitação, o país enfrenta um problema de justiça intergeracional e as políticas públicas que chegarem ao terreno terão de ter isso em consideração.
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