A Câmara de Cascais vai propor à Assembleia da República a manutenção das suas freguesias, ao arrepio do que estipula a legislação aprovada recentemente pelo Governo e que exige uma redução percentual de freguesias em todos os municípios com mais de quatro autarquias desse tipo.

Carlos Carreiras representou o PSD na reorganização das freguesias de Lisboa. Não é contraditório não cortar agora as suas próprias freguesias? O próprio diz que não. "Esta lei, com os próprios indicadores que sugere, quantitativos e qualitativos, não se aplica a Cascais, porque somos um concelho completamente atípico", justifica ao Negócios. "Nenhuma das nossas freguesias tem menos de 20 mil habitantes e qualquer união das freguesias ultrapassaria os 50 mil, que é aquilo que a lei recomenda que não se ultrapasse", explica.

A Câmara de Cascais propõe, assim, através da Assembleia Municipal, manter as actuais seis freguesias, "mas fundamentando e mostrando a atipicidade do concelho de Cascais". O autarca está confiante que a Unidade Técnica para a reforma das freguesias vai compreender. "Se não estivesse não tinha feito a proposta", assevera. Carreiras tinha sugerido, há um ano, ficar com quatro freguesias (cortando duas). Se tiver de aplicar os critérios da lei, terá de cortar pelo menos três.