Centro Champalimaud: mais próximo do desconhecido
Em testamento António Champalimaud doou um terço da sua fortuna, 500 milhões de euros, para a criação de uma fundação na área da saúde. Seis após a sua morte, nasce à beira Tejo um dos “melhores espaços de investigação de doenças cancerígenas no mundo”.
A inauguração está prevista para hoje, 5 de Outubro, numa cerimónia que contará com a presença de Cavaco Silva e José Sócrates. Já os dois pisos superiores são destinados à investigação. O “New York Times” escreveu recentemente que a Fundação Champalimaud e o Centro Champalimaud para o Desconhecido colocarão não só Lisboa na rota da investigação científica, mas também o País e o próprio continente europeu. O “NYT” deu uma especial ênfase às idiossincrasias da história do promotor deste Centro, António de Sommer Champalimaud. Empresário da área do cimento, que viu as suas empresas nacionalizadas no pós-25 de Abril, obrigado a reconstruir o seu “império” de novo no Brasil, antes de recuperar as suas empresas portuguesas de novo, não esquecendo o desmembramento posterior que não foi imune a polémica – com Champalimaud a querer vender, numa primeira fase, todos os seus activos bancários aos espanhóis do Santander pela famosa “pipa de massa”. Apesar dos esforços do Governo português em vetar o negócio, acabou por vender o grupo Mundial Confiança aos espanhóis, do qual faziam parte, entre outras instituições, o Banco Totta & Açores e o Crédito Predial Português. Champalimaud acabaria por morrer de cancro. De acordo com as suas indicações, Leonor Beleza, antiga ministra da Saúde no primeiro governo de Cavaco Silva, tomaria as rédeas da Fundação Champalimaud, fundada a partir dos 500 milhões de euros, “um quarto da sua fortuna a ser dedicado em investigação na área da medicina”, segundo o NYT. “Lisboa não é, neste momento, o centro da ciência no mundo, mas poderá muito bem sê-lo se tudo for bem gerido”. Estas palavras são de Axel Ullrich, investigador do Instituto Max Planck de Bioquímica em doenças cancerígenas, uma citação textual do NYT que marca de forma fiel o tom de todo o artigo. “Estão a ser levadas a acabo investigações significativas em Espanha, França e na Alemanha, mas sinto que nenhuma delas tem o impacto que estas terão”. A esperança no papel do Centro de Champalimaud para o Desconhecido (Champalimaud Center for the Unknown, segundo o NYT) é grande. Espera-se que o Centro tenha “500 investigadores a trabalhar lado a lado com 100 médicos, lidando com cerca de 300 pacientes por dia”. Esta aproximação da investigação às práticas terapêuticas será, segundo o próprio Centro, algo “único” e “aplaudido por outros cientistas”.Em testamento António Champalimaud doou um terço da sua fortuna, 500 milhões de euros, para a criação de uma fundação na área da saúde. Seis após a sua morte, nasce à beira Tejo um dos “melhores espaços de investigação de doenças cancerígenas no mundo”.
Lisboa na rota da investigação científica
A inauguração está prevista para hoje, 5 de Outubro, numa cerimónia que contará com a presença de Cavaco Silva e José Sócrates.
O “New York Times” escreveu recentemente que a Fundação Champalimaud e o Centro Champalimaud para o Desconhecido colocarão não só Lisboa na rota da investigação científica, mas também o País e o próprio continente europeu.
O “NYT” deu uma especial ênfase às idiossincrasias da história do promotor deste Centro, António de Sommer Champalimaud. Empresário da área do cimento, que viu as suas empresas nacionalizadas no pós-25 de Abril, obrigado a reconstruir o seu “império” de novo no Brasil, antes de recuperar as suas empresas portuguesas de novo, não esquecendo o desmembramento posterior que não foi imune a polémica – com Champalimaud a querer vender, numa primeira fase, todos os seus activos bancários aos espanhóis do Santander pela famosa “pipa de massa”.
Apesar dos esforços do Governo português em vetar o negócio, acabou por vender o grupo Mundial Confiança aos espanhóis, do qual faziam parte, entre outras instituições, o Banco Totta & Açores e o Crédito Predial Português.
Champalimaud acabaria por morrer de cancro. De acordo com as suas indicações, Leonor Beleza, antiga ministra da Saúde no primeiro governo de Cavaco Silva, tomaria as rédeas da Fundação Champalimaud, fundada a partir dos 500 milhões de euros, “um quarto da sua fortuna a ser dedicado em investigação na área da medicina”, segundo o NYT.
“Lisboa não é, neste momento, o centro da ciência no mundo, mas poderá muito bem sê-lo se tudo for bem gerido”.
Estas palavras são de Axel Ullrich, investigador do Instituto Max Planck de Bioquímica em doenças cancerígenas, uma citação textual do NYT que marca de forma fiel o tom de todo o artigo. “Estão a ser levadas a acabo investigações significativas em Espanha, França e na Alemanha, mas sinto que nenhuma delas tem o impacto que estas terão”.
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