Chega pode passar a segundo maior partido com votos da emigração
André Ventura alcança um resultado histórico que provocou um terramoto político: empatou com o PS e ainda pode ultrapassar os socialistas se conseguir um bom resultado no voto da emigração.
Foi um resultado que transfigurou o panorama político nacional. O Chega conseguiu 58 assentos no Parlamento, empatando com o Partido Socialista no número de deputados, embora tenha tido uma votação global ligeiramente inferior à do PS: obteve 22,56% das preferências contra 23,38%.
No entanto, o partido liderado por André Ventura ainda pode ambicionar o segundo lugar nas eleições: é que os dois círculos da diáspora ainda estão por contabilizar e valem quatro mandatos. E se o resultado obtido há um ano se repetir, o Chega vai mesmo passar a segunda força política em Portugal. Nas legislativas de 2024, conseguiu metade dos quatro mandatos eleitos nos círculos da Europa e do resto do mundo. Os outros dois foram divididos entre o PS e o PSD. Os votos da diáspora serão contabilizados no próximo dia 28 de maio.
André Ventura não precisa, no entanto, de esperar por esse dia para cantar vitória. Aliás, já o fez, assim que foram divulgados os resultados das sondagens à boca das urnas, pelas 20h00.
O líder do partido afirmou que os resultados são uma "grande vitória". "Mas ainda não é o objetivo que queremos que é vencer as eleições", apontou. "O futuro é trabalhar para poder corresponder a estes resultados", concluiu André Ventura, antes de garantir que neste domingo o Chega matou o bipartidarismo em Portugal. O partido, assegurou o seu líder, "é hoje alternativa à governação". À hora de fecho desta edição, Ventura ainda não tinha feito o discurso sobre os resultados.
O resultado do Chega incluiu vitórias em quatro distritos: além da repetição do primeiro lugar em Faro (onde reforçou o resultado de 2024, atingindo 33,9%), alcançou números inéditos em Beja (onde alcançou 27,7%), Portalegre (atingiu 29,9%) e Setúbal (distrito no qual venceu com 26,4%).
Subida meteórica
Foi nas eleições legislativas de 2019 que o Chega conseguiu entrar na Assembleia da República. Obteve 1,35% dos votos, suficientes para garantir a André Ventura um lugar no Parlamento. Desde então o crescimento foi meteórico: em 2022 recolheu 7,38% dos votos e 12 mandatos. Há um ano passou a terceiro maior partido: conseguiu aumentar para 50 o número de deputados eleitos, com 18,88% da preferência dos eleitores. Esse grupo viria a diminuir para 49 elementos depois do caso de Miguel Arruda, o parlamentar sobre quem recaem suspeitas de furto de malas em aeroportos. Arruda passou a deputado não inscrito. Diz agora adeus ao cargo.
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