pixel

Negócios: Cotações, Mercados, Economia, Empresas

Notícias em Destaque

Governo aprova programa com 10 prioridades

O Conselho de Ministros aprovou esta quinta-feira o programa de Governo que será entregue no sábado no Parlamento. Debate está agendado para os dias 17 e 18 de junho. Reforma do Estado e reduções fiscais em destaque

José Sena Goulão/Lusa
12 de Junho de 2025 às 18:35

O Governo aprovou em Conselho de Ministros o programa de Governo para a próxima legislatura. O documento está a ser ultimado e será entregue no Parlamento no sábado, por forma a que os deputados possam preparar o debate, que está já agendado para os dias 17 e 18 de junho. 

O programa “tem uma ambição inovadora” desde logo “no seu formato e no seu conteúdo” e, para além das partes setoriais, tem um capítulo próprio, uma agenda transformadora, com 10 prioridades, dez dimensões de reforma que mudarão o país”, explicou António Leitão Amaro, na conferência de imprensa que se seguiu à reunião do Conselho de Ministros.

A já anunciada reforma do Estado está à cabeça, bem como as já anunciadas reduções fiscais, para famílias e empresas. E no que toca à administração pública, o ministro da Presidência já garantiu que . Ao nível da segurança, haverá "mais segurança nas ruas".

Leitão Amaro elencou as dez prioridades, sendo que a primeira passará por “uma política de rendimentos que valorize o trabalho e a poupança” com medidas sobre salários, redução do IRS ou revisão de apoios sociais “para garantir que trabalhar vale mais a pena do que não trabalhar”, sublinhou. Em suma, “não apenas aumentar o salário mínimo, que também é, mas também o salário médio”. 

Depois, em segundo lugar, a já referida reforma do Estado, a “guerra à burocracia” anunciada por Montenegro e que passará pela simplificação de procedimentos, digitalização do Estado, revisão orgânica das estruturas da Administração Pública e “uma nova política de recursos humanos”. Aqui sem detalhar, o ministro garantiu, porém, que cortes “só nas burocracias”: “Não haverá cortes de vencimentos nem despedimentos de trabalhadores públicos. Esta é uma reforma que não é feita num momento de emergência financeira”, destacou. Há é sim uma continuação da valorização de carreiras e um “ímpeto adicional à valorização do mérito”. 

A terceira prioridade tem o foco nas empresas e passa pela redução do IRC, simplificação fiscal, revisão do regime de formação profissional, medidas para rever o regime dos instrumentos de capitalização, do regime de insolvências e da legislação laboral, com vista “à modernização das condições de trabalho”. 

As medidas relativas à imigração surgem no “4º pilar”, onde constarão iniciativas como a revisão da lei da nacionalidade, dos mecanismos de controlo, e por outro lado a conclusão do processo de resolução de pendências e medidas para viabilizar uma integração humanística. “A limitação do reagrupamento familiar constará no Programa de Governo”, declarou Leitão Amaro, em resposta a questões colocadas pelos jornalistas. 

Os serviços públicos essenciais, como a educação, saúde, ou mobilidade surgem na 5ª prioridade. A ideia é colocá-los “a funcionar”, com uma complementaridade entre oferta pública e privada. 

A segurança surge na 6ª posição. Está prevista mais segurança nas ruas, com mais meios para as forças de segurança. Será “reforçado o policiamento de proximidade, com mais policias nas ruas, mais polícia mais bem equipada”, sublinhou Leitão Amaro, acrescentando que “atos de ódio, violência, agressão, são intoleráveis” em Portugal. Ainda a este nível, mas olhando para a Justiça mais em geral, o Governo propõe-se conseguir “uma justiça mais rápida e decisões mais rápidas nos crimes mais graves”. Inclui-se também aqui a continuidade das medidas já implementadas e anunciadas de combate à corrupção. 

A habitação é outra das prioridades, com o Governo a recuperar o pacote “Construir Portugal”. A ideia é “mobilizar todos os setores para resolver a crise da habitação”, com o reforço da oferta pública - com as 59 mil novas habitações já anunciadas - mas também, libertando a capacidade de oferta privada e cooperativa. Leitão Amaro referiu ainda a intenção de rever o regime do arrendamento urbano, “para lhe dar mais confiança”.

O ponto 8 das prioridades foca-se nas “novas infraestruturas que projetam o país”, como o novo aeroporto, a privatização da TAP, as linhas de alta velocidade já projetadas e em geral rodovia e ferrovia. 

Em 9º lugar o Governo colocou a estratégia para a água, com o objetivo de dotar o país de capacidade para transporte, armazenamento e, em geral, resposta às situações de seca que se antecipa que venham a acontecer com cada vez maior frequência. 

A defesa surge como 10ª prioridade para o Executivo. Aqui o que se pretende é um plano de reforço estratégico e de investimento em defesa, com a já anunciada antecipação da meta orçamental, mas também “um plano de investimento e aproveitamento da nossa capacidade industrial para ter aqui uma capacidade de criação de riqueza e de emprego para o país”, destacou Leitão Amaro.

(notícia atualizada com detalhe da prioridades elencadas pelo Governo)

Ver comentários
Publicidade
C•Studio