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Grécia cede à China 67% do porto do Pireu até 2052

Chegou ao fim o longo processo negocial entre Atenas e Pequim para a privatização de parte do porto do Pireu. A empresa chinesa Cosco comprou mais 67% da sociedade portuária por 368,5 milhões de euros.

Porto Pireu Piraeus
Porto Pireu Piraeus Kostas Tsironis/Bloomberg
08 de Abril de 2016 às 18:34

O Governo grego assinou esta sexta-feira, 8 de Abril, o acordo definitivo com a China para a cedência, por 36 anos, de dois terços da Autoridade Portuária do Pireu (OLP) à empresa estatal chinesa Cosco, num acto que decorreu na residência do primeiro-ministro. O contrato de privatização é válido até 2052.

 

A agência grega de privatizações (Hraf) precisou que o acordo para a cedência de 67% da sociedade portuária, a maior da Grécia, ao gigante chinês do transporte marítimo ascende a 368,5 milhões de euros. Inicialmente o Executivo grego pretendia alienar apenas 51% do Pireu, mas a negociação acabou por determinar a alienação de uma parcela superior e também o recebimento de uma melhor oferta financeira por parte da Cosco.

 

"O acordo foi assinado entre o presidente da Hraf, Stergios Pitsiorlas, e o director financeiro da Cosco, Feng Jinhua, na presença do primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras", indicou um comunicado da Hraf, citado pela agência noticiosa France-Presse (AFP). 

De acordo com o jornal grego To Vima, este acordo deverá gerar 1,5 mil milhões de euros para o Estado helénico, incluindo uma provisão de 350 milhões de euros destinada à execução de investimentos ao longo dos próximos anos. A expectativa do Governo liderado por Alexis Tsipras é a de que esta privatização garantirá investimentos futuros, especialmente depois de o instituto de pesquisa IOVE ter publicado um estudo em que estima que este acordo entre Atenas e Pequim poderá trazer à economia grega até 4 mil milhões de euros por ano.

  

Em 20 de Janeiro a agência Hraf anunciou ter aceitado uma oferta melhorada da Cosco (China Ocean Shipping Company), com sede em Hong Kong, no montante de 368,5 milhões de euros, e o único candidato a concurso para esta concessão de exploração do porto do Pireu até 2052. Duas outras sociedades tinham no passado manifestado interesse nesta concessão, a dinamarquesa APM e a International Container Terminals Services (ICTS), das Filipinas.

 

A sociedade chinesa garantia a vantagem de estar presente no Pireu desde 2008, após a aquisição de dois terminais deste porto. O seu objectivo consiste em tornar o Pireu no maior centro de trânsito do sudeste da Europa, e de promover uma "ponte entre a Ásia e a Europa". Em Junho de 2015, o ministro grego da Defesa, Panos Kammenos, confirmava que "estamos em conversações avançadas para alargar a cooperação [com a Cosco] em breve, incluindo também a construção de uma estrada", fazendo também então referência ao facto de a empresa chinesa já operar no porto do Pireu.

 

Esta assinatura constitui "uma importante etapa do plano de privatização" e respeita "os compromissos da Grécia face aos seus credores", congratulou-se a Hraf.

 

A assinatura deste acordo foi precedida pela sua aprovação pelo Tribunal de contas grego. Em breve deverá ser ratificado pelo parlamento, com a transacção a ficar concluída até Junho, mais de um ano depois do início das negociações.

 

Alexis Tsipras já recebeu uma mensagem do seu homólogo chinês Li Keqiang, que sublinhou a "importância das relações greco-chinesas e a possibilidade do seu desenvolvimento", segundo um comunicado do gabinete do primeiro-ministro grego. O texto refere ainda que Tsipras aceitou um convite do seu homólogo para visitar Pequim em Junho.

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