A Oracle adiou as datas de conclusão de alguns dos centros de dados que está a desenvolver para a dona do ChatGPT, de 2027 para 2028, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto e citadas pela Bloomberg.

Os atrasos devem-se, em grande parte, à escassez de mão-de-obra e de materiais essenciais à construção destas infraestruturas – peças centrais para o desenvolvimento da inteligência artificial (IA).

A gigante tecnológica co-fundada por Larry Ellison tem trabalhado para cumprir um contrato de 300 mil milhões de dólares para fornecer o poder de computação necessário para treinar e executar os modelos de IA da OpenAI, depois de um acordo assinado este verão entre as duas empresas.

Nessa altura, o contrato firmado entre as companhias de Sam Altman e Larry Ellison – previsto para arrancar em 2027 - foi visto como uma aposta arriscada entre os dois parceiros. Isto porque a OpenAI gera perto de 10 mil milhões de dólares em receita anual, um valor bastante inferior aos 60 mil milhões que terá de pagar todos os anos à Oracle, sendo que a tecnológica de Ellison foi mesmo acusada de depositar a maioria da sua receita futura num único cliente, existindo a possibilidade de endividamento.

Numa teleconferência feita esta semana após a Oracle ter apresentado resultados que ficaram aquém das expectativas dos investidores e pressionaram a empresa em bolsa, o co-CEO da Oracle, Clay Magouyrk, disse que a tecnológica tem “metas ambiciosas e alcançáveis para o fornecimento de capacidade em todo o mundo”. Acrescentou ainda que o primeiro centro de dados que está a ser desenvolvido para a OpenAI — em Abilene, no Estado do Texas — está dentro do prazo, com mais de 96 mil chips da Nvidia entregues.

As ações da Oracle seguem a afundar cerca de 4,5% a esta hora, com a cotada a desvalorizar mais de 14% desde esta quarta-feira, dia em que a empresa apresentou resultados trimestrais.