Montenegro diz que fluxos entre Portugal e Angola estão "bem regulados"
Questionado sobre as queixas de ativistas angolanos que dizem ter sido impedidos pela TAP de viajar para Cabo Verde por, alegadamente não possuírem uma autorização da AIMA, Montenegro afirmou não ter conhecimento de casos concretos.
O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, afirmou neste domingo que os fluxos de circulação entre Angola e Portugal estão "bem regulados" e oferecem garantias aos cidadãos de ambos os países.
Questionado sobre as queixas de ativistas angolanos que dizem ter sido impedidos pela TAP de viajar para Cabo Verde por, alegadamente não possuírem uma autorização da AIMA, Montenegro afirmou não ter conhecimento de casos concretos, mas sublinhou que as regras existentes têm como objetivo criar "um ambiente favorável à interação entre os países que falam português e Portugal".
"Enquadra-se numa estratégia mais ampla de termos uma imigração mais regulada e, ao mesmo tempo, que permita maior dignificação no acolhimento e na integração", disse o primeiro-ministro aos jornalistas, que hoje chegou a Luanda para participar na 7.ª Cimeira União Africana--União Europeia.
Montenegro frisou que a comunidade angolana residente em Portugal "está, de forma absolutamente massiva, bem integrada", mantendo "relações perfeitamente normais" com toda a comunidade "sem nenhum problema".
Destacou ainda que existem "canais abertos" em setores com carência de mão-de-obra para permitir uma tramitação processual "ainda mais acelerada".
Sobre as situações de trânsito internacional, como escalas em aeroportos, Montenegro afirmou que essas regras "não são o objeto da política de migração, que é o âmago da relação entre o Estado de Portugal e o Estado de Angola", mas assinalou que também aí "existem normas próprias".
Reforçou, no entanto, que "esse fluxo está regulado, está bem regulado e oferece garantias aos cidadãos de Angola que querem ir para Portugal, como também em sentido contrário".
Um grupo de ativistas angolanos afirmou que foi impedido, na sexta-feira, de embarcar num voo da TAP com destino a Cabo Verde, via Lisboa, alegadamente por falta de uma autorização emitida pela Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA).
Os jovens questionaram esta exigência, enquanto a TAP respondeu à Lusa que apenas cumpre "as indicações das autoridades competentes", sem mais detalhes.
Mais lidas