subida dos preços da energia

A principal explicação para a subida dos preços está no aumento expressivo do custo dos bens energéticos, sobretudo do petróleo, do gás natural e da eletricidade. A subida do preço do petróleo nos mercados internacionais tem vindo a repercutir-se de forma clara naquilo que as famílias e empresas europeias têm de gastar com combustíveis. Mas a presidente do BCE, Christine Lagarde, mostrou-se confiante de que o impacto da subida dos preços da energia vai começar a diminuir. Em setembro, por exemplo, a subida dos preços da energia foi responsável por cerca de metade do aumento da inflação, no geral.

Procura sobe mais do que a oferta depois do choque da pandemia

Os preços também estão a subir porque a recuperação da procura, em linha com a reabertura da economia, após o choque na atividade económica provocado pela pandemia de covid-19, está crescer mais do que a oferta. A subida dos preços de muitas matérias-primas começou quando o confinamento, das fábricas e de algumas indústrias extrativas, determinou a redução da produção e dos stocks de matérias-primas a nível mundial. Todavia, a recuperação económica não tem sido acompanhada pelo regresso da produção aos níveis pré-covid. Em suma, assistimos a um desequilíbrio entre a procura e a oferta de matérias-primas. Esta dinâmica é especialmente visível nos preços dos serviços ao consumidor, bem como nos preços dos bens mais afetados pela escassez de oferta.

Constrangimentos nas cadeias internacionais de distribuição

Outro fator por trás deste pico de inflação são as fortes limitações das cadeias internacionais de distribuição, que conduzem não só à escassez da oferta, como aumentam o custo de produção de muitos bens. Este tipo de problemas surgiu com a pandemia. No entanto, o BCE espera que este efeito negativo comece, também, a diluir-se em breve.

Subida do IVA na Alemanha após corte temporário em resposta à covid-19

Um outro fator temporário por trás da subida da inflação no decorrer deste ano na Zona Euro é o aumento da taxa de IVA na Alemanha para 19% no arranque deste ano. Este imposto foi temporariamente reduzido para 16% na segunda metade do ano passado em resposta à pandemia de covid-19. O aumento deste ano (que no fundo é um regresso à taxa anterior) faz com que se verifique agora uma variação homóloga dos preços mais elevada na Alemanha, com repercussões expressivas no total da Zona Euro. Este efeito desaparecerá logo a partir de janeiro do próximo ano, acredita o BCE.

A subida dos preços é expressiva em várias das principais economias do mundo. Em outubro, subiu para 4,1% nos países da moeda única, mais do dobro do valor de referência. Nos EUA, subiu para máximos de 30 anos.