Paulo Portas: "Pacote financeiro para os bancos portugueses é suficiente"
Ministro dos Negócios Estrangeiros diz que a banca portuguesa dispõe de almofada suficiente para absorver ondas de choque da reestruturação da dívida grega.
Falando na comissão parlamentar de Assuntos Europeus, em véspera de uma cimeira europeia que se espera possa virar uma página decisiva na crise do euro, Paulo Portas reconheceu que a inevitabilidade de uma reestruturação da dívida "não terá consequências positivas" para a Grécia, que verá as perspectivas de financiamento e de crescimento ainda mais degradadas, e que as ondas de choque serão sentidas mais além, obrigando à recapitalização de bancos europeus.
No caso de Portugal, o ministro referiu a "vantagem" de o programa de assistência financeira acordado com a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional prever, dentro dos 78 mil milhões de euros, um "montante significativo" - 12 mil milhões - que "é suficiente para essas necessidades de recapitalização" da banca portuguesa.
Sobre a cimeira de amanhã, Paulo Portas optou por um discurso defensivo, sublinhando que é preciso que os líderes e as instituições europeus estejam à altura das circunstâncias e que será "preocupante" se este encontro redundar num novo impasse.
"Espero que não se terminem reuniões de alto nível sob a forma de impasse ou de incerteza", afirmou, parecendo temer a possibilidade de voltarem a surgir, como no passado, "acordos que depois são muito difíceis de concretizar e de aplicar".
Essa eventualidade foi hoje admitida pela líder parlamentar da União Social-Cristã da Baviera (CSU), partido que integra o governo de Angela Merkel
Gerda Hasselfeldt afirmou em, em Berlim, que a cimeira de amanhã não fechará um acordo sobre a alavancagem do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF), apenas os grandes princípios. Os respectivos detalhes deverão ainda ser discutidos no G20 de 3 de Novembro, em Cannes, dado que se trata também de aumentar o envolvimento do FMI e de outras potências.
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